O Senado da Universidade da Beira Interior irá discutir hoje o montante da propina a aplicar no próximo ano lectivo. Um valor que deverá situar-se entre os 800 e os 850 euros, segundo adiantou a “O Interior” o presidente da Associação Académica da UBI, Nuno Costa. «Não acredito que seja fixada a máxima, mas tudo é possível», confessa o dirigente associativo, tendo em conta que a maioria das instituições públicas têm optado pelos 880 euros face aos constantes cortes no Orçamento de Estado para as universidades.
Seja como for, Nuno Costa não deixa de se manifestar contra o aumento dos 700 euros de propina cobrados ao longo deste ano lectivo e adiantou que a AAUBI irá realizar um cordão humano na reitoria como forma de protesto. Mas avisa que tudo irá decorrer «de forma pacífica», pois há que «respeitar o órgão máximo da universidade». Já para o início do ano garante a realização de acções de protesto e de sensibilização junto dos novos alunos. O presidente da AAUBI tem-se manifestado por diversas vezes contra o aumento da propina, uma vez que a maioria dos estudantes são deslocados e provenientes da zona do Porto e do Minho. «Compensa-lhes ficarem numa universidade privada no grande Porto do que virem para a Covilhã pagar uma propina tão alta», disse Nuno Costa a “O Interior” no dia da tomada de posse, em Junho. Apesar de não ter avançado o valor da propina que irá propor hoje ao Senado, Santos Silva confessa que a UBI quer continuar «a afirmar-se pela qualidade e pela diferença». Manter a biblioteca a funcionar 24 horas ou possibilitar o melhor acesso informático aos alunos para se ter «um ensino de qualidade» tem «custos», exemplifica Santos Silva.
No entanto, esclarece que o valor da propina tem que «estar associado a uma acção social eficiente para que ninguém fique de fora do sistema por razões financeiras», diz, criticando que se proteste apenas sob a bandeira da propina. «A par da propina, há que reivindicar o aumento do orçamento para bolsas», acrescenta. E recorda que os alunos da UBI não têm motivos de queixa no domínio da acção social: «A UBI é uma das melhores no sector da alimentação e tem o maior rácio de camas por alunos», sublinha, acrescentando que em Setembro esse número irá aumentar com a abertura de mais 330 camas na nova residência de estudantes, localizada perto do pólo do Ernesto Cruz. Uma estrutura que foi até considerada pelo ex-primeiro-ministro Durão Barroso como a «melhor do país». «Tudo isto são apoios significativos aos alunos mais carenciados», continua Santos Silva, recordando que os bolseiros não pagam a propina, pois são ressarcidos com a bolsa de estudo. «E só na UBI houve no ano passado 37 por cento de alunos bolseiros», frisa. «Não concordo que sejamos nós a fixar a propina, mas é esta a lei que temos», justifica, considerando deficitário o Orçamento de Estado para as instituições universitárias que canalizam 90 por cento dessas verbas para o pagamento de salários.