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Os coxos e os iluminados

Saliências

Tenho falado muitas vezes neste estigma humano que é a presença de pessoas que sempre se safam. Transportam uma estrela qualquer que faz delas vedetas ou pirilampos incontornáveis. Há muito disto em todas as profissões e em todo o mundo. Vi o grupo francês no Europeu carregado de tipos que mal se movem no campo e ganham milhões. Era uma constelação de estrelas, uma selecção de pirilampos. Deve haver dezenas de jovens jogadores em França cheios de talento, vontade de jogar, capazes de correr noventa minutos e com o sonho de um contrato melhor. Mas a selecção francesa veio pejada destes tipos que sempre se safam. Os míticos, os intocáveis, os insubstituíveis. Esta tem sido uma fórmula evidente na minha vida. Testemunhei tantos casos de talento que foi prejudicado, de esforço que não foi premiado, que a selecção francesa despertou todos estes sentimentos em mim. Adorei ver como caíam às mãos de uns gregos voluntariosos. O futebol tem esta liberdade infinita de acontecimentos que fascina.

Por: Diogo Cabrita

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