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Mais de uma centena de sócios na Assembleia Geral da Adega de Pinhel

A Adega Cooperativa de Pinhel teve casa cheia por ocasião da última Assembleia Geral, realizada no domingo e contou com mais de uma centena de sócios. O primeiro ponto da ordem de trabalhos foi a apreciação e votação do relatório, balanço e contas da direção, com referência ao exercício de 2017 respeitante à campanha de 2016, que foi aprovado por unanimidade.

Depois de anos com dificuldades financeiras, com a hipoteca do edifício em cima da mesa, a Adega deu a volta e o presidente da direção encara com agrado o facto da «preocupação dos associados, em acompanhar e participar», ser uma constante. «Isto é sinónimo de vitalidade. Esta assembleia tinha assuntos de responsabilidade e com consequências», sublinhou Agostinho Monteiro, que ficou satisfeito com o voto favorável dos sócios relativamente ao aumento do capital social em 340 mil euros. «Este dinheiro foi feito na venda das uvas e podia ser para pagamento aos sócios, mas foi transformado em capital social para melhorar as instalações de forma a torná-las mais eficazes e harmoniosas», referiu o responsável.

Para alguns uma novidade, a Adega de Pinhel foi alvo de uma vistoria por parte da Direção Regional da Agricultura e o licenciamento industrial foi suspenso «até fazermos obras significativas», adiantou o dirigente. Entre os investimentos a fazer, num prazo de 120 dias, está a substituição dos telhados em amianto: «Temos cerca de seis mil metros quadrados de telhado em amianto. Comprometemo-nos a substituir mais de dois mil até ao final do ano», adiantou Agostinho Monteiro, para quem «este é um investimento que não traz mais-valia mas é necessário». O presidente lembrou que nos últimos dez anos a Cooperativa tem feito «pequenas revoluções», nomeadamente na qualidade do vinho. «Adquirimos equipamentos de topo que permitiram passar de um vinho que, em 2006, tinhamos dificuldade em vender para um que é hoje apreciado», assegura Agostinho Monteiro, reforçando que «estamos no caminho certo para fazer do D. João I uma marca nacional».

Mas, além da substituição dos telhados, quais são as obras prioritárias? «Temos um projeto, aprovado no IFAP e com um custo de 900 mil euros, que é a modernização das linhas de engarrafamento», responde o presidente, dizendo que já têm uma linha automática de “bag in box”, «onde com três pessoas conseguimos encher 25 mil litros» num dia. Está também projetada uma linha de garrafas que permitirá fazer frisantes e «aumentar a capacidade de fermentação». «É um crime fazermos mostos quando os preços desse produto no mercado baixaram», queixa-se o presidente, garantindo que a ideia «é organizar a Adega para dar resposta à vinha» e dotá-la de «capacidade para engarrafar com qualidade». «É esta a trilogia: sócios, Adega e mercado», finaliza.

O terceiro ponto da ordem de trabalhos foi o seguro de colheitas. E a subida do preço das uvas, para 0,50 euros, é a «grande novidade» este ano, segundo Agostinho Monteiro, que acrescentou que a direção está a «tentar» que na próxima vindima a adega abra às 9 horas. Seguiu-se a apreciação de outros assuntos de interesse para a cooperativa e a Assembleia Geral terminou com um lanche-convívio com porco no espeto.

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