Decorrida uma década sobre o encerramento do troço da linha da Beira Baixa, entre a Covilhã e a Guarda, o governo do país, fazendo jus às políticas definidas no âmbito da mobilidade, procedeu no passado dia 5 de março, à assinatura protocolar das obras de modernização do troço em questão, consignação das empreitadas, inseridas no corredor internacional norte.
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A sincronia do presente, e tomando como mote os pressupostos governamentais no quadro de investimentos da Ferrovia 2020, “Projetar Portugal na Europa”, auguram um porvir carregado de esperança e ansiedade.
E porque o passado recorda exemplos não seguidos, importa reponderar o futuro sobretudo no âmbito da exploração comercial, tendentes a repensar os eixos de atuação, de modo a agilizar o futuro que se avizinha, finalmente entendido como linha das Beiras, no sentido de colocar esta Beira Interior, de uma vez por todas, em ligação direta a Coimbra e Porto, sem ruturas de tráfego.
Sendo certo que a linha da Beira Alta vai ser alvo de remodelações estruturais já anunciadas, que por certo vão ditar cortes de circulação ocasionais na mesma, a linha da B. Baixa pode assumir, nesse contexto, aliás já admitido pela própria tutela ministerial, um papel importante no descongestionamento e acessibilidade, pressupondo ligações que a partir de Mangualde ou outras, via Celorico e Guarda, ser direcionadas através desta mesma linha.
Eis como, a linha da Beira Baixa, se assume como um eixo estratégico, nacional e internacional, no panorama das acessibilidades ferroviárias, tendo em conta ainda, o fator Entroncamento, permitindo a partir daí, as ligações ao principal eixo ferroviário, no corredor norte-sul.
E porque a memória se impõe, importa recordar Manuel Vaz Preto Geraldes, que defendeu até à exaustão, aquela que foi a linha do vale do Tejo, e que o processo histórico determinou como linha da Beira Baixa.
António Pinto Pires, membro fundador de O 6 de Setembro – Grupo de Amigos do Caminho de Ferro da Beira Baixa