Os dados estão lançados na corrida à presidência da Federação do PS da Guarda, cujas eleições estão marcadas para 9 de março. Depois do fornense Alexandre Lote, foi a vez do guardense Pedro Fonseca e do celoricense José Luís Cabral formalizarem as suas candidaturas à sucessão de António Saraiva, que não se recandidata.
Pedro Fonseca assumiu como objetivos fazer regressar os militantes que se afastaram do partido e a revitalização das concelhias. «Não há militantes de primeira e militantes de segunda», declarou numa sala cheia, onde se destacaram vários dirigentes e históricos do PS. Notado foi também o regresso de Virgílio Bento à sede socialista – Pedro Fonseca foi uma das suas peças-chaves na estrutura da candidatura independente à Câmara da Guarda em 2013. O candidato, cujo mandatário é o presidente da Câmara de Seia Carlos Filipe Camelo, anunciou que quer mobilizar os socialistas «em torno de um projeto político centrado nas pessoas e no desenvolvimento do distrito da Guarda» e promete fazer do partido um «polo aglutinador da sociedade civil». O antigo dirigente do PAN – pelo qual se candidatou às legislativas de 2015 – comprometeu-se ainda a dar ao PS da Guarda «uma voz forte e audível» junto das estruturas nacionais e do Governo.
Pedro Fonseca, militante socialista muito recente e eleito vereador na Câmara da Guarda nas últimas autárquicas, declarou depois que «sempre partilhou» a base ideológica do PS e que sempre foi «um indivíduo de esquerda», sublinhando que «a justiça social é um ideal» do qual dificilmente abdicará. Quanto ao mandato de António Saraiva não se comprometeu ao afirmar que teve «pontos bons e menos bons» para acrescentar logo de seguida que conta com o presidente cessante da Federação para «resolver os problemas do partido no futuro».
José Luís Cabral quer acabar com «as quintinhas» no PS
José Luís Cabral quer reorganizar as estruturas do PS no distrito, trabalhar com os autarcas, a JS e o Departamento das Mulheres Socialistas, mas também com a sociedade civil.
Com o lema “A Guarda com Voz”, o terceiro candidato oficial à presidência da Federação do PS da Guarda apresentou na segunda-feira algumas das suas propostas, onde se destaca a criação de um Conselho Consultivo dos presidentes de Câmara e de uma academia dos autarcas. O antigo líder da concelhia de Celorico da Beira quer também «abrir as portas à sociedade civil» promovendo reuniões semestrais com os cidadãos para que «digam de sua justiça e sejam ouvidos». José Luis Cabral propõe ainda uma concertação entre as Federações do interior para que «a nossa voz seja mais forte em Lisboa» e que o interior «deixe de ser esquecido». Afirmando que tem «experiência política» e que conhece o distrito, o candidato lembrou que só avança porque António Saraiva não se recandidata e prometeu acabar com «as quezílias» e «as quintinhas» no seio do partido, considerando que «o papel da Federação é dizer que o bom trabalho é feito em conjunto».
José Luís Cabral assumiu «como imperativo» ganhar a Câmara da Guarda em 2021 e manter as autarquias lideradas atualmente pelo PS, mas sublinhou que só com a sua candidatura é que o partido e a Guarda poderão «alcançar muitas vitórias». Os seus mandatários são o fozcoense Sotero Ferreira (candidatura), o figueirense Luis Condesso (juventude) e Albino Bárbara (sociedade civil), que, não sendo militante do PS, afirmou mesmo que José Luís Cabral é «o homem indicado» para a Federação. A apresentação do candidato de Celorico da Beira – de onde veio uma dezena de apoiantes, nomeadamente José Albano Marques, que presidiu à Federação entre 2008 e 2016, e é agora presidente da secção local e vereador na autarquia – não teve a habitual fase de perguntas dos jornalistas porque a candidatura resolveu dar a palavra aos militantes presentes na sala. Quem aproveitou foi o histórico Carlos Ribeiro, que discorreu demoradamente sobre o partido e as virtudes de José Luís Cabral, mas quando terminou já os jornalistas tinham abandonado a sessão.
Marisa Santos candidata-se nas Mulheres Socialistas
Marisa Santos é candidata à presidência do Departamento das Mulheres Socialistas da Guarda e não deverá ter adversárias. A militante guardense avança após a líder atual, Olga Marques, ter anunciado que não se recandidatava após doze anos no cargo. A candidatura será formalizada esta tarde na sede da Federação. As eleições realizam-se a 9 de março, tal como na Federação.
Luis Martins