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Teoria Atómica – parte I

Mitocôndrias e Quasares

Para o genial físico americano Richard Feynman, se fossemos obrigados a transmitir todo o nosso conhecimento científico sobre o mundo a uma geração futura (por exemplo, devido ao apocalipse global), mas só pudéssemos dispor de uma única frase, esta deveria comunicar o facto da matéria ser composta por átomos, ou seja, minúsculas partículas a partir das quais tudo aquilo que nos rodeia é formado. A importância que Feynman associa a esta informação está plenamente justificada.

Os átomos são entidades tão minúsculas que é impossível visualizá-los mesmo com os melhores microscópios. Para se ter uma ideia de quão infinitamente pequeno é o átomo, se colocássemos lado a lado um milhão de átomos, ainda assim eles não atingiriam a espessura de um fio de cabelo humano. Mesmo se um átomo fosse aumentado até à altura de um prédio de 14 andares, a zona central, designada por núcleo, seria do tamanho de um grão de sal no sétimo andar. Nesta dimensão, não podemos visualizar os objetos, pois o que vemos é o reflexo da luz visível no seu comprimento de onda característico (0,0000000400 a 0,000000760 m), e as leis da Física limitam a resolução ótica à metade do comprimento de onda utilizado.

A constituição do átomo foi, desde sempre, motivo de muita curiosidade. Alguns filósofos gregos afirmavam que a matéria não era contínua, mas sim constituída por minúsculas partículas indivisíveis. Se cortássemos e tornássemos a cortar um pedaço de ferro ou de qualquer outro elemento químico, como os instrumentos de precisão apropriados, o processo não poderia ocorrer indefinidamente. A estas partículas indivisíveis deram o nome de átomos.

O conceito de átomo daquele tempo é, contudo, muito diferente do atual. O modelo da descontinuidade da matéria, descrevendo-a como constituída por corpúsculos submicroscópicos designados por átomos, moléculas e iões, em incessante movimento e com espaço vazio entre si, não foi admitido por todos.

Defendida por uns e atacada por outros, a teoria atómica ficou muito tempo esquecida e só teve novos desenvolvimentos no século XIX, triunfando finalmente no século XX. Para isto contribuíram vários cientistas:

Dalton (1810) – Os átomos de um mesmo elemento são iguais e de peso invariável. Os átomos de elementos diferentes são diferentes entre si. Estabeleceu procedimentos experimentais para calcular “pesos atómicos” a partir de composições percentuais dos compostos.

Avogadro (1811) – Contribuiu para a determinação das massas das moléculas e, de forma indireta, dos átomos que as constituem. Estabeleceu uma lei segundo a qual volumes iguais de quaisquer gases nas mesmas condições de pressão e temperatura têm o mesmo número de moléculas (número de Avogrado).

(continua…)

Por: António Costa

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