A Assembleia Municipal (AM) da Covilhã aprovou por maioria na última sexta-feira a proposta de estatutos para a integração da Covilhã na Comunidade Urbana (ComUrb) das Beiras. A bancada do PS votou contra e a CDU absteve-se por não concordar com o modelo de descentralização proposto pela coligação PSD/PP. Depois de falhada a tentativa de juntar os dois distritos numa comunidade urbana ampla e com peso político, Carlos Pinto preferiu juntar a Covilhã ao Norte da região por existirem mais «vantagens» para o desenvolvimento do concelho. A reivindicação de uma ligação à fronteira e o desenvolvimento de projectos comunitários transfronteiriços são algumas das vantagens que o autarca aponta. Para além disso, a Covilhã «não poderia ficar à espera que se desenhassem coisas a Sul que desconhecemos», criticou o presidente durante a AM de sexta-feira. «Cumprimos a nossa tarefa», acrescentou, lamentando, no entanto, a falta de entendimento entre os distritos da Guarda e Castelo Branco nesta matéria. Recorde-se que Carlos Pinto foi o primeiro a defender essa união e chegou a redigir um documento base que foi remetido aos autarcas da Beira Interior. Na sessão, o autarca voltou a sublinhar a vontade de ter o Fundão na ComUrb. «Haverá municípios, como o Fundão, que serão bem vindos», disse. Já o PS e a CDU não vêem vantagens nestas comunidades. A «falta de legitimidade supramunicipal» e de esclarecimento quanto ao seu financiamento são algumas das críticas deixadas pelos dois partidos da oposição. No entanto, a CDU vai mais longe e chama a atenção para «situações contraditórias» nos estatutos, como a exclusão das Assembleias Municipais na participação das comunidades ou na alteração dos estatutos, depois de terem aprovado a criação dessas estruturas. A CDU considera ainda «caricato» que o Conselho da Comunidade inclua elementos da Junta. «Onde já se viu um órgão que se destina a dar pareceres ser composto por membros do órgão executivo que pede os pareceres», questiona o comunista Jorge Fael, duvidando da legalidade destas estruturas. Quanto a Bernardino Gata, líder da bancada do PSD, enalteceu a «estratégia» de Carlos Pinto e acusou os «presidentes de Câmara do PS» de terem tentado bloquear a criação de uma Comunidade Urbana na região.
