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Requalificação da Torre dos Ferreiros a concurso

Projeto que inclui a instalação de um elevador panorâmico e a criação de um miradouro no topo do monumento nacional guardense tem um preço-base de 692.346 euros, mais IVA

Já está em concurso público a requalificação da Torre dos Ferreiros, na Guarda, um projeto que inclui a instalação de um elevador panorâmico e a criação de um miradouro no topo deste monumento nacional. O preço-base é de 692.346 euros.

A abertura do procedimento foi aprovada por unanimidade na última reunião do executivo, realizada no passado dia 16. Datada do século XII/XV, a Torre dos Ferreiros é uma das mais emblemáticas estruturas da antiga muralha da cidade e foi restaurada recentemente pelo município. A intervenção já foi aprovada pela Direção-Geral do Património e consiste em fazer da torre, situada na zona central da cidade, um espaço de visitação e miradouro. Para tal será instalado um elevador panorâmico no terreno contíguo ao monumento para levar os visitantes até ao topo, onde poderão apreciar as vistas da Guarda e do horizonte. Da responsabilidade do gabinete de arquitetura Barbosa & Guimarães, o projeto contempla a instalação de um binóculo e elementos informativos da paisagem. Para concretizar esta empreitada a autarquia garantiu um financiamento de 85 por cento no âmbito do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. O restante será da responsabilidade da Câmara, que estima que obra possa estar concluída dentro de dois anos.

«É uma obra estruturante e importante para aumentar o poder de atração da Guarda», disse Álvaro Amaro. O vereador do PS Joaquim Carreira concordou e disse esperar que o projeto possa trazer «uma mais-valia para a cidade, embora esteja um bocado na linha da arquitetura-espetáculo». Mas a reunião da semana passada ficou sobretudo marcada pelo regresso da polémica da piscina fluvial na barragem do Caldeirão. O socialista voltou a insistir que não conhece o projeto, «que não foi aprovado pelo executivo», mas que os trabalhos para a instalação do equipamento já decorrem no local. «Desconhecemos se o projeto está licenciado ou se há ilegalidade ou não nessa intervenção», afirmou o vereador. Joaquim Carreira aproveitou o caso para garante que a oposição desconhece «parte substancial da gestão desta Câmara porque a maioria não dá conhecimento dos ajustes diretos por menos de cinco mil e dos concursos inferiores a 74 mil euros».

Na resposta, o presidente da Câmara refutou quaisquer ilegalidades na piscina fluvial. «Não cabe na cabeça de ninguém a Câmara avançar com este projeto sem ter todas as licenças e licenciamentos exigidos», sublinhou Álvaro Amaro, para quem o PS «passa a vida a incomodar-se com coisas que os guardenses gostam». O autarca – que posteriormente forneceu aos jornalistas cópia da licença de utilização dos recursos hídricos para estruturas flutuantes concedida pela Agência Portuguesa do Ambiente e com data de 2 de agosto deste ano – acrescentou que o equipamento faz parte do projeto de valorização da barragem do Caldeirão e que avançou primeiro porque «o centro náutico previsto está atrasado devido aos licenciamentos necessários». De resto, o edil admitiu que a piscina fluvial «já devia estar concluída», o que ainda não aconteceu por atrasos no fornecimento de uma estrutura.

Árvores secas no Parque Urbano do Rio Diz

O estado do Parque Urbano do Rio Diz também foi abordado pelo executivo, com Joaquim Carreira a perguntar se foram pedidas responsabilidades pelas árvores que secaram à empresa que as plantou naquele espaço de lazer.

O vereador socialista também chamou a atenção para o facto do leito do rio estar «completamente assoreado» e poder «alagar tudo» e causar «estragos de monta» com as primeiras chuvadas. Por sua vez, Álvaro Amaro disse que a Câmara vai saber «qual a percentagem das 2.000 árvores plantadas que secaram» e depois, «se for o caso», pedir responsabilidades à empresa. O presidente anunciou ainda que a Câmara já tem autorização da Agência Portuguesa do Ambiente para limpar o lago do parque urbano. Na passada quarta-feira o executivo aprovou por unanimidade a abertura de dois concursos públicos para redes de drenagem de águas em João Bragal de Cima e João Bragal de Baixo (freguesia de Casal de Cinza) e na Quinta de Cima e Vila Mendo (Vila Fernando).

Luis Martins Maioria e oposição concordam que transformação da torre em miradouro pode ser «uma mais-valia» para a Guarda

Comentários dos nossos leitores
Antonio vasco s da silva Vascosil@live.com.pt
Comentário:
Álvaro Amaro vai deixar saudades por mais uma grande Obra na cidade. Depois de subir à torre qualquer cidadão poderá ver com bons olhos a factura que alguém terá de pagar.
 
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Permitir o gasto de quase 1 milhão de euros numa inutilidade com tanta fome, desemprego, fuga das gentes, e miséria é obra. Como é possível um dito Estado de Direito permitir isto?
 
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
As propostas politicas para a Guarda são várias mas não existe um projeto de desenvolvimento sustentado. Será mais do mesmo e continuaremos a fustigar a pouca população que ainda existe com taxas, impostos e serviços usurários. Depois da festa até 1 de Outubro vamos aproveitar o que nos derem, pois depois a fatura continuará pesada.
 

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