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Listas na Guarda com muitas surpresas

As listas às próximas autárquicas estão praticamente definidas e deverão ser divulgadas nas próximas semanas. Tal como no futebol, há entradas e saídas e os contactos estão a ser feitos com o máximo de secretismo. O INTERIOR revela os cenários que estão em cima da mesa nas candidaturas de Álvaro Amaro, Eduardo Brito e do independente Carlos Adaixo.

Álvaro Amaro

O atual presidente da Câmara da Guarda está a preparar uma lista para consolidar o 5-2 alcançado em 2013. Perante o estado atual da oposição e o desnorte a que o Partido Socialista chegou, outro resultado será uma derrota para Álvaro Amaro.

Entretanto, o candidato do PSD já sofreu um revés, pois Manuel Rodrigues recusou o convite para ser o número dois da lista. O homem de quem meia cidade fala agora para número dois é Jacinto Dias, diretor da Segurança Social, considerado por muitos como o melhor preparado para a eventualidade de Álvaro Amaro dar “o salto” a meio do mandato para outras funções no Parlamento Europeu ou noutro lugar que considere apetecível. Segundo alguns sociais-democratas contactados por O INTERIOR, Alexandra Isidro deverá ser a número três de uma lista quase toda renovada. A “promoção” da chefe da Divisão de Cultura, Turismo e Desporto da Câmara será a forma encontrada pelo presidente recandidato para agradar a Virgílio Bento, cujo apoio conseguiu, e «cavalgar ainda mais as ondas hertzianas», ironizou uma das nossas fontes.

O lugar a seguir poderá ser ocupado por outra mulher. Trata-se de Dulcineia Catarina Moura, coordenadora da Territórios do Côa, militante do PSD e esposa do chefe de gabinete de Amaro Carlos Condesso. Se estas opções se confirmarem, caem por terra as aspirações de Cecília Amaro, a incansável adjunta do presidente, e Rita Figueiredo, consultora jurídica na autarquia. A primeira pela sua dedicação no apoio ao presidente, a segunda por se encontrar em licença de maternidade e ter perdido o protagonismo que tinha ganho nos últimos três anos.

Da equipa atual Álvaro Amaro apenas não prescinde de Sérgio Costa, que deverá ser o quinto elemento da lista. Mas se a maioria dos sociais-democratas contactados aposta numa mudança radical, na aposta de duas mulheres para a vereação e de um novo élan para manter o 5-2, há quem reconheça «não fazer ideia» do que irá ocorrer, pois o candidato «não partilha nada com o partido». No dia 10 de junho, entre inaugurações e festa, deverá ser levantado o véu sobre algumas opções e apresentado o mandatário-jovem: o ciclista David Rodrigues.

Eduardo Brito

A candidatura socialista é apresentada oficialmente amanhã, no café-concerto do TMG, na presença de Pedro Nuno Santos, dirigente nacional do PS e secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

Eduardo Brito vai confirmar que Joaquim Carreira vai ser o candidato à Assembleia Municipal e anunciar que Agostinho Gonçalves será o diretor de campanha, enquanto Luísa Campos aceitou ser a mandatária da candidatura. A surpresa está na escolha do empresário António Gil, ligado às novas tecnologias, para coordenador do programa eleitoral. A lista à Câmara ainda não será divulgada amanhã – está previsto que ocorra na primeira semana de julho –, mas já é certo que Pedro Fonseca deverá ser o segundo elemento da lista. O candidato do PAN nas últimas legislativas tem sido o “braço direito” de Eduardo Brito, que também tem contado com o trabalho de alguns históricos do partido nas freguesias. A tal ponto que o PS tem a certeza que vai apresentar mais listas do que esperava há uns meses.

E Joaquim Carreira? Sem disponibilidade pessoal e profissional para ser candidato à Câmara em janeiro, o atual vereador aceitou concorrer à Assembleia Municipal. Mas por pura tática política. Além de ajudar o PS em mais uma campanha que se perspetiva difícil, Joaquim Carreira mantém-se na mó de cima e daqui a quatro anos estará em melhores condições para ser o cabeça de lista socialista. Tanto mais que conta com o apoio de Pedro Fonseca, o responsável pela mobilização de 200 novos militantes na secção da Guarda e que se prepara para dominar a concelhia do PS. É a renovação que Brito reivindicava que chegará aos órgãos do partido e à Assembleia Municipal onde a oposição será «a sério, com gente nova e de qualidade».

Carlos Adaixo

A candidatura independente de Carlos Adaixo, apoiada pelo CDS-PP, PPM e MPT, perdeu um dos seus fundadores. Carlos Gonçalves, ex-dirigente local do PSD e antigo vereador na Câmara, abandonou o projeto após algumas clivagens com a restante equipa. Mas se a saída do engenheiro civil, que entretanto irá ingressar na ULS como técnico, não aparenta ser um problema para a candidatura, o CDS-PP tudo irá fazer para não perder o vereador que tinha conquistado há quatro anos na aliança com o PSD.

Comentários dos nossos leitores
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Amaro no seu melhor, politiquice, corre com todos. A desgraça que foi a sua presidência é culpa dos outros. Será que alguém que queira o desenvolvimento e o progresso da Guarda vota nesse mordomo?
 
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
A máquina está montada. Álvaro Amaro tem ao seu lado gente com peso e influência nesta cidade. Tem a seu favor as obras e festas que o povo tanto gosta, logo será difícil desmontar esta tenda. Isto por culpa do PS, que andou a dormir e a brincar ao faz de conta. Na oposição foram demasiado brandos e também não apresentam soluções para a Guarda. Amaro já ganhou mesmo sem ir a votos.
 

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