Estamos à beira de mais umas eleições para o Parlamento Europeu, e do findar de mais uma campanha eleitoral, a qual lamentavelmente, não foi mais do que um desfilar de insultos que bem caracterizam quem os produz, em detrimento do debate sobre o tema em questão, de modo a que os eleitores possam preparar uma tomada de posição em consciência.
A União Europeia no seu actual modelo e face às quase constantes alterações, tanto na sua forma e composição, como nos modelos orgânicos do seu funcionamento, não são temas fáceis de apreender, de modo a permitir aos cidadãos a sua discussão e definição clara de tomadas de posição.
Para o cidadão normal, esta União, tem significado antes do mais que Portugal recebe um conjunto avultado de fundos, pelo que enquanto tal, não é sua preocupação questionar qualquer modelo ou negociação, deste ou daquele dossier em particular.
Talvez por isso mesmo os vários partidos da oposição tenham preferido subverter a discussão desta campanha no julgamento do governo, tentando fazer das eleições Europeias eleições legislativas e encontrar numa eventual vitória o ânimo que por outras vias não conseguem transmitir aos portugueses.
Sem prejuízo dos reflexos que estas eleições trazem para Portugal no seu todo, elas são também importantes para a Guarda e sua região, na medida em que muitos dos nossos problemas dependem do evoluir das diferentes politicas comunitárias.
Tal é verdade para a nossa agricultura, para a industria, para o desenvolvimento dos meios rurais, para as acessibilidades, para a fixação de pessoas, para a criação de infraestruturas variadas e equipamentos colectivos, em suma, para praticamente quase tudo que tem a ver com o nosso futuro melhor e com mais qualidade de vida.
É pois neste contexto que vejo estas eleições, significando assim as várias listas de candidatos, contributos diferentes para a concretização de modelos de politicas europeias, com repercussões diferentes quanto aos interesses de Portugal.
Reconheço também que para lá do pequeno peso que temos no Parlamento Europeu, fruto da nossa reduzida dimensão, é importante ter uma boa capacidade negocial e de realização de alianças, qualidades que reconheço em particular no cabeça da lista Forca Portugal.
Assim, sem prejuízo de qualquer apreciação do desempenho deste Governo, o voto na lista atrás referida, parece-me ser no momento a posição a assumir neste acto eleitoral.
Por: Álvaro Estêvão