A Distrital da Guarda do CDS-PP deliberou não integrar qualquer coligação com o PSD no distrito para as próximas autárquicas e vai avançar com listas próprias em todos os concelhos.
A decisão prende-se com a «defesa estratégica» do partido, com os centristas a acusarem os sociais-democratas de falta de «respeito institucional» com o CDS e de não quererem considerar os resultados eleitorais de 2013 dos centristas na «definição da liderança das coligações», nomeadamente na Mêda. «Nem a primeira nem a segunda condição foram cumpridas pelo PSD da Guarda, inviabilizando, conscientemente, a possibilidade de qualquer tipo de entendimento eleitoral para as próximas autárquicas com o CDS», sublinha a Distrital centrista presidida por Henrique Monteiro. Nesse sentido, o CDS lembra que há quatro anos elegeu dois vereadores na Mêda contra apenas um do PSD, «pelo que caberia ao CDS liderar ali a coligação, mas o PSD não aceitou. Além disso, o PSD demonstrou, ainda, um total desrespeito institucional pelo CDS, chegando ao ponto de querer impor nomes em representação do CDS, o que nunca poderíamos aceitar», lê-se num comunicado divulgado na semana passada.
O tom crítico do documento sentencia o “divórcio” neste casamento de conveniência celebrado há quatro anos, com os centristas a recordarem que já estavam «habituados àquela falta de respeito do PSD pelo CDS, como no caso do não cumprimento do acordado em Gouveia, ou na governação municipal da Guarda onde a nossa concelhia nunca foi ouvida e achada fosse para o que fosse». Selado o fim deste acordo, o CDS anunciou que vai concorrer em todos os concelhos do distrito da Guarda nas próximas autárquicas e que vai abrir as suas listas a independentes. Até lá, a Distrital garante que continuará «a cumprir os compromissos assumidos em todas as coligações estabelecidas em 2013 com o PSD, até ao final dos respetivos mandatos, mantendo uma atitude de total lealdade para com o parceiro de coligação». Questionado por O INTERIOR sobre este assunto, Álvaro Amaro disse que não fazia «qualquer tipo de comentários».
Candidatura independente na calha
Entretanto, pode estar em marcha o surgimento de uma eventual candidatura independente à Câmara da Guarda. Nas últimas semanas tem havido reuniões nesse sentido e que têm congregado antigos apoiantes da candidatura falhada de Virgílio Bento em 2013, cidadãos independentes e alguns militantes socialistas críticos da forma «desleixada» como o seu partido está a lidar com o assunto autárquicas na sede do distrito. A estes juntaram-se também outros sociais-democratas descontentes com o mandato de Álvaro Amaro e «a forma de fazer política» do atual presidente da Câmara. Estas movimentações estão a ser acompanhadas de perto pela Distrital do CDS, que já deu a entender que está disponível para apoiar uma lista independente na Guarda.
Luis Martins
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