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Protestos contra exploração da Serra da Argemela

Habitantes do Barco (Covilhã) receiam os impactos ambientais de uma exploração de lítio a céu aberto

Está em cima da mesa a possibilidade de exploração de lítio e estanho na Serra da Argemela, junto ao Barco (Covilhã), que surge na sequência de uma acordo assinado entre a autarquia e uma empresa da área. Quem não gostou da notícia foi a população daquela localidade que organizou, na passada quinta-feira, uma manifestação, temendo as consequências de uma eventual exploração a céu aberto.

Até ao momento, os populares apenas conseguiram saber que em 2011 foi assinado um contrato de prospeção e pesquisa de depósitos para diferentes tipos de minério (do estanho ao lítio) e, já este ano, foi publicado em “Diário da República” o pedido de atribuição de concessão de exploração para uma área superior a 400 hectares. Ausente do protesto, o presidente do município da Covilhã fez-se representar por Hélio Fazendeiro que adiantou aos habitantes do Barco que haverá uma sessão informativa para que os responsáveis da empresa «possam explicar o que está a acontecer e o que poderá vir a acontecer, porque hoje ainda não há mais do que uma autorização para prospecção, para perceber se os recursos naturais que temos têm ou não viabilidade económica».

Entretanto, no sábado decorreu já em Silvares um debate de esclarecimento promovido pela Junta de Freguesia, onde a geóloga e professora do IPG, explicou que «a exploração terá impacto nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos», que poderão ser colmatados se for feita uma «monitorização da qualidade da água no rio, nas ribeiras, em poços cuja água seja utilizada para a rega na agricultura e eventualmente até para beber», acrescentou Ana Antão. Também o deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes, questionou já o Ministério da Economia se antes da assinatura do contrato de prospeção e pesquisa de depósitos minerais foram ouvidas as populações e o poder autárquico local e se, em caso negativo, se tenciona organizar alguma acção de esclarecimento. O requerimento inclui mais quatro questões sobre os motivos que levaram ao aumento da área total de exploração, «tendo em conta o impacto ambiental nesta serra», se existe «um plano de proteção/conservação para que o monumento classificado de interesse municipal e a antiga mina de volfrâmio não sejam destruídos».

O deputado quer também saber para quando está previsto o início da exploração e a sua duração e ainda quantos postos de trabalho serão criados. No mesmo documento, José Luís Ferreira mostra alguma preocupação com a possível contaminação do rio Zêzere, que abastece as barragens de Castelo do Bode, Cabril e Bouçã, e com o impacto ambiental que a exploração mineira poderá ter na atividade agrícola e em «locais emblemáticos da serra, nomeadamente no cume onde se localiza o “Castro da Argemela”, que remonta ao final da Idade do bronze e integra a “Rota dos Castros”, classificado como Imóvel de Interesse Municipal». A Serra da Argemela abrange as freguesias de Lavacolhos e Silvares (Fundão), Barco e Coutada (Covilhã). Entretanto, já está online uma petição pública pela «preservação da Serra da Argemela/ contra a extracção mineira».

Ana Eugénia Inácio Serra da Argemela abrange as freguesias de Lavacolhos e Silvares (Fundão), Barco e Coutada (Covilhã)

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