P-Que balanço faz da sua participação no mundial? O que correu menos bem?
R- Foi uma experiência fantástica. Desde a chegada a St. Moritz (Suíça) que as comunidades Portuguesas nos apoiaram incondicionalmente. O sentido de pátria dos emigrantes que vivem naquela região é realmente muito grande, posso dizer que me senti em casa. Tanto nas provas como fora delas estavam sempre presentes para tudo o que fosse necessário. Quanto à minha participação, tentei sempre dar o meu máximo. Neste tipo de provas há muitos atletas inscritos, geralmente mais de 120 no sector masculino. Eu corri duas vezes com dorsais muito altos (120 e 125), com a pista já degradada, e, portanto, torna-se necessário ser algo conservador e não arriscar tudo, pois a preocupação por vezes é evitar “buracos” em vez de manter uma linha e trajetórias mais rápidas. Apesar das condições da pista, sinto que podia ter sido algo mais rápido, especialmente na disciplina de “slalom gigante”.
P- Quais as principais dificuldades que sente na prática da modalidade?
R- Essencialmente o treino. Como é certo e sabido, infelizmente não dispomos de condições naturais para evoluir a técnica do esqui alpino, muito menos para alta competição. Para contrariarmos esta situação, treinamos fora do país, o que acarreta elevados custos que são na maioria das vezes suportados por “paitrocínio”. A Federação de desportos de Inverno de Portugal (FDI-P) faz o que pode, mas os apoios do desporto nacional focam-se maioritariamente no futebol, o que dificulta e muito o crescimento das outras modalidades.
P- Quais são os próximos objetivos?
R-Para já, espero revalidar o título de campeão nacional absoluto em slalom gigante e slalom no próximo fim-de-semana, nos dias 11 e 12 de Março. Após estas competições está tudo dependente dos apoios que surjam e da minha disponibilidade académica, mas é claro que tenciono continuar a competir em eventos internacionais e melhorar a minha performance em pista.
P- Acha que a Serra da Estrela tem condições de receber uma prova de maior nível, ou é apenas um bom local para se aprender a esquiar?
R- A Serra da Estrela é uma estância ideal para iniciar a prática do esqui. As pistas são relativamente fáceis, com pouca inclinação, portanto a estância reúne as condições ideais para uma iniciação na prática da modalidade. Quando não me posso deslocar para outros locais, treino e continuarei a treinar na Serra da Estrela porque é fundamental manter uma consistência no treino, mas como já referi, para organizar provas ou mesmo treinar para alta competição não é possível, senão a estância já estaria no mapa de provas homologadas pela FIS (Federação Internacional de Esqui).
Perfil:
Esquiador
Idade: 20 anos
Profissão: Estudante de Ciências Biomédicas na UBI
Currículo: Uma vez campeão nacional absoluto; quatro vezes campeão nacional de juniores; duas vezes campeão nacional de Infantes. Participação em dois campeonatos do mundo de esqui alpino, 2013 em Schladming (Áustria) e 2017 em St.Moritz (Suiça). Participação no campeonato mundial de juniores (2015) em Hafjell (Noruega). Enquanto Infante, representou Portugal em quatro provas diferentes durante quatro anos: Borrufa (Andorra), Topolino (Itália), La scara (França) e Zagales (Espanha). Participações em provas Internacionais da FIS (federação internacional de esqui), enquanto júnior & sénior: 3 ses cup, duas em Itália (presença em 6 provas) e uma no Líbano (presença em 4 provas). Uma participação no campeonato nacional de Espanha (presença em 2 provas). A melhor classificação foi obtida este ano em Cedars (Líbano), ao conseguir o 25º lugar num total de 55 atletas, onde 42 conseguiram terminar a prova.
Naturalidade: Lisboa
Filme preferido: “300”
Livro preferido: “O Estilete Assassino” – Ken Follet
Hobbies: Ginásio, Ténis, Karate, Spotify, Séries (Vikings, walking dead, Game of thrones), Cães, Instagram, Biblioteca, Cinema e claro, Esquiar.