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CAR da Cova da Beira fecha de novo as portas

Situação financeira do centro e a falta de apoios têm colocado em risco a sobrevivência da associação

A vice-presidente do Centro de Alcoólicos Recuperados (CAR) da Cova da Beira, Águeda Mesquita, voltou a fazer pela terceira vez consecutiva greve de fome no sábado, como forma de protesto pela situação vivida no centro. Sem dinheiro para manter as despesas correntes, o CAR da Cova da Beira tem as portas fechadas, a carrinha parada por falta de gasóleo e algumas das actividades não se têm realizado por falta de recursos.

A greve de fome – que deve ter terminado na última segunda ou terça-feira – é, de acordo com Águeda Mesquita, a «melhor forma de lutar» para que o centro «não feche as portas» e haja mais celeridade no processo de atribuição do estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Nacional (IPSS), o que lhes permitiria obter um rendimento mensal de 2.500 euros para fazer face às despesas e colocar o centro em funcionamento, nomeadamente no acompanhamento dos utentes à Unidade de Tratamento de Alcoologia do Hospital do Fundão. O estatuto de IPSS apenas está dependente da homologação do acordo tripartido, prometida desde Março passado. «Só agora é que o processo foi parar à delegação geral da Segurança Social e da Solidariedade», critica, pelo que, depois de tanto tempo na gaveta, se tem que proceder de novo à actualização dos documentos. «Estamos há quatro meses a ouvir dizer que precisamos de papéis. Estamos fartos», desabafa Águeda Mesquita, que tinha pedido há alguns meses atrás uma verba de 15/16 mil euros à Segurança Social para poder pagar as dívidas do centro. «Continuamos à espera e ao fim de tanto tempo começa a haver alguma desmotivação», garante. Até agora, tem sido o presidente do CAR Cova da Beira, José Manuel Amarelo, e alguns sócios a suportarem as despesas dos serviços prestados aos utentes e a manutenção da sede. Mas o certo é que a cozinha, onde forneciam algumas refeições aos doentes que vinham fazer o tratamento, já está fechada, bem como o bar/café do CAR. «Estamos a trabalhar há quatro anos. Estamos no terreno. Não percebo porque não nos atribuem o estatuto», diz indignada Águeda Mesquita, que se sente ainda mais revoltada com o «abandono» da Câmara da Covilhã, que tinha prometido, aquando das eleições, a assinatura de um protocolo que asseguraria uma verba de 300 contos mensais.

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