Até ao fim de março deverá sair a portaria que extingue o Centro Educativo do Mondego, em Cavadoude (Guarda), confirmou o diretor-geral da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP). O edifício deverá acolher «uma prisão para reclusos idosos», acrescentou Celso Manata ao “Expresso”.
Os menores, que se encontram em internamento na Guarda, serão transferidos para as instalações da sua zona de residência, sendo que a maioria é de Lisboa e do Porto. Segue-se a portaria de criação do Estabelecimento Prisional do Mondego, em regime comum e baixa complexidade, com lotação para cerca de 50 reclusos, para onde serão transferidos não só os mais idosos, mas também condenados em regime aberto. A criação de um estabelecimento prisional, onde permanecerão os presos mais idosos, é «uma questão de logística», justifica Celso Manata. Isto porque entre os seis Centros Educativos existentes a nível nacional, o do Mondego tem apenas 13 jovens quando tem capacidade para 34, segundo informação avançada pelo “Expresso”.
Por outro lado, as prisões estão a abarrotar, com 2.560 reclusos acima da sua lotação normal, sendo que entre os 12.600 presos há cada vez mais idosos, «758 com mais de 60 anos e uma dezena já passou a barreira dos 80».
Em matéria de centros educativos, fecha o da Guarda, mas reabre o de Santa Clara, em Vila do Conde, encerrado desde 2014. Regressará ao ativo com 24 lugares e alas para rapazes e raparigas. A concelhia local do CDS já reagiu, dizendo que concorda que haja novos projetos no âmbito da Justiça, «que acrescentem valor e empregabilidade ao concelho da Guarda, mas sem que isso signifique o encerramento ou substituição das instituições existentes, muito menos que esses serviços sejam transferidos do interior para o litoral». Em comunicado, os centristas guardenses constatam que o “Colégio do Mondego” vai fechar e exemplificam: «Se, e só como exemplo, o Ministério da Saúde decidisse encerrar o Hospital da Guarda e criar nas mesmas instalações uma residência sénior, não podíamos continuar a afirmar que o Hospital da Guarda não tinha fechado», ironiza o CDS.