Ricardo Salgado foi constituído arguido no âmbito da “Operação Marquês”, no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa, confirmou a Procuradoria-Geral da República.
O ex-banqueiro está a ser interrogado desde as 10 horas desta quarta-feira pelo procurador Rosário Teixeira e pelo inspetor da Autoridade Tributária Paulo Silva. Salgado é suspeito dos crimes de corrupção, branqueamento de capitais, abuso de confiança, tráfico de influência e fraude fiscal.
O antigo líder do BES, já arguido no processo “Monte Branco” e no caso da falência do banco, está a ser questionado no âmbito do processo cujo principal arguido é o antigo primeiro-ministro José Sócrates. Em causa estarão os 20 milhões de euros em contas de Carlos Santos Silva, amigo de José Sócrates (também envolvido na “Operação Marquês”). Há suspeitas de que grande parte desse dinheiro tenha vindo de sociedades com ligação ao grupo Espírito Santo (GES).
A “Operação Marquês” conta com 18 arguidos, incluindo o ex-primeiro ministro José Sócrates, que esteve preso preventivamente mais de nove meses, e que está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.
São ainda arguidos o ex-ministro socialista Armando Vara e a filha, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Inês do Rosário, mulher de Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Helder Bataglia.