«Um dia feliz para Belmonte», foi assim que o presidente da Câmara caracterizou a data em que começaram a ser cortados e costurados os primeiros sapatos da nova fábrica de calçado no concelho. Ainda em instalações provisórias, na Quinta da Chandeirinha, a laboração da Classic Belmonte Shoes arrancou na passada terça-feira com cerca de 12 trabalhadores, mas o objetivo é que nos próximos tempos chegue aos 20. Um número que chegar à meia centena quando a unidade estiver a funcionar em pleno.
O projeto foi apresentado em agosto de 2015 pelo empresário António Santos, já ligado ao setor em Oliveira de Azeméis, e estava dependente da aprovação de apoios no âmbito do quadro comunitário “Portugal 2020”. Obtida luz verde da CCDRC, está também para breve a construção de um pavilhão de raiz no parque industrial. O empresário espera que dentro de um ano, no início de 2018, já haja condições para ocupar o novo edifício. Por enquanto foram investidos 500 mil euros, mas a totalidade do projeto prevê que se chegue aos dois milhões. Apenas a fabricar calçado de senhora, inicialmente «pretendemos atingir entre 300 e 400 pares por dia», disse o empresário na abertura da fábrica. Mais tarde, a funcionar em pleno, a unidade passará a produzir também modelos masculinos e «vamos ver que objetivos vão ser atingidos», acrescentou António Santos. O projeto em Belmonte vai integrar o grupo que o empresário já detém em Oliveira de Azeméis, onde produz cerca de 100 mil pares por ano.
Segundo o promotor, «80 por cento» da produção da Classic Belmonte Shoes terá como destino o estrangeiro, nomeadamente os mercados de França, Espanha, Inglaterra, Dinamarca e, brevemente, Inglaterra e América «onde queremos entrar». As fábricas de António Santos produzem calçado para outras marcas, mas o empresário tem uma marca própria e «o objetivo principal é trabalhar só com a nossa marca». Um dos compromissos assumidos com a autarquia era que os trabalhadores escolhidos fossem do concelho, o que não foi uma tarefa fácil, pois «há falta gente especializada», lamentou o empresário. Ainda assim, todos os trabalhadores, «ainda numa fase experimental», estão a receber formação inicial. Quem não escondeu a satisfação ao ver concretizado o projeto foi António Dias Rocha, que afirmou que esta «é a primeira de muitas novidades». O autarca lembrou que «há muitos anos que não tínhamos uma empresa desta dimensão a sediar-se em Belmonte», pelo que acredita que este será «apenas um ponto de partida» para que «mais empresários acreditem que temos potencial».
Novo hotel sem data
Ainda sem data para arrancar está o hotel de quatro estrelas, apresentado também em 2015, pelo empresário António Deville.
A construção está igualmente dependente da aprovação da CCDRC. Segundo o edil, hoje mesmo irá apresentar o projeto a Coimbra e admitiu estar «muito otimista de que poderá andar». Ainda assim, Dias Rocha não esquece que há prazos para cumprir que «espero que se cumpram». Também prometido desde a mesma altura está um polo da Swiss School of Economics, que, «por enquanto, está em “banho-maria», adiantou. O impasse deve-se «a uma mudança de política do grupo suíço».
Ana Eugénia Inácio