O grupo chinês Fosun, que em Portugal controla a seguradora Fidelidade e os hospitais da Luz Saúde, já entrou no capital do BCP. O novo acionista estratégico do banco liderado por Nuno Amado fica, para já, com 16,7 por cento, um investimento que ascende a 175 milhões de euros. A informação foi comunicada este domingo de manhã pelo BCP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A entrada da Fosun foi realizada através de uma oferta particular no capital do banco, já aprovada pelos acionistas em junho. Isso levou a um aumento do capital do BCP de 4.094.235.361,88 euros para 4.268.817.689,20 euros, através da colocação privada de 157.437.395 novas ações, com subscrição pela Fosun com um preço de subscrição de 1,1089 euros por cada nova ação.
O grupo chinês mantém a intenção de chegar a 30 por cento do capital do banco e já obteve para isso autorização do Banco Central Europeu (BCE), segundo apurou o Expresso. O investimento da Fosun é classificado como de longo prazo, já que o novo acionista não poderá vender esta participação durante três anos.
O semanário avança ainda que o conselho de administração do BCP, onde estão representados os maiores acionistas de referência, aprovou de forma consensual e unânime a entrada da Fosun no banco.
A Fosun reagiu à concretização da operação através de um comunicado onde refere que se trata de “um passo importante para a consolidação da sua estratégia de internacionalização”. O grupo refere que é “o início de uma jornada com vista a dotar o banco de condições que permitam tirar partido do seu enorme potencial”. Diz também que dada a complexidade desta operação não era possível avançar sem “a enorme determinação da administração do BCP e o apoio dos acionistas de referência do banco “.
Neste contexto a Fosun sublinha «esta manifestação de boas-vindas através de um apoio ativo na formulação de propostas de valor para o robustecimento do Banco e desenvolvimento da sua estratégia de longo prazo».
A Sonangol, que é o maior acionista do BCP, com 17,84 por cento, avançou já com um pedido junto do BCE para obter autorização para ultrapassar os 20 por cento, aguardando ainda decisão. A ideia é haver um equilíbrio entre a participação angolana no banco e a posição chinesa que agora foi confirmada.