O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, defendeu que o salário mínimo nacional (SMN) não deverá exceder os 550 euros. «Reconhecemos que 530 euros é um valor baixo e temos que crescer nesse valor», mas «nas contas da CIP não chega aos 550 euros», afirmou António Saraiva, em entrevista à TSF e ao DN, este sábado.
De acordo com o “Expresso”, o responsável sustentou que o aumento do SMN deverá ter em conta o contexto do país, nomeadamente as dificuldades de financiamento das empresas.
«Vamos ser razoáveis: se o Governo congela os ordenados da Função Pública, por razões que todos conhecemos (…), quando o que está em discussão para as pensões são 10 euros, quando temos esta realidade, as dificuldades em que nos encontramos todos e as empresas não são exceção, quando temos as dificuldades de financiamento, querer fazer coisa diferente na politica salarial das empresas» será negativo, justificou.
Lamentando a posição dos partidos de esquerda, o presidente da CIP disse que o aumento do SMN defendido pelo PCP e BE está relacionado mais com questões de ideologia do que com a competitividade da economia.
Questionado sobre se o Governo tem condições para concluir a legislatura, António Saraiva disse acreditar que sim. «Se os indicadores económicos não traírem o país, se a DBRS mantiver o critério que tem mantido, se os partidos que suportam o atual Governo à esquerda (o BE e o PCP) continuarem a modular os seus ímpetos e – é uma questão da dimensão dos sapos que têm que ser engolidos –, este Governo tem condições para terminar a legislatura», concluiu.