Até 3 de Junho, a obra do grande artista gráfico holandês M.C. Escher revela-se no Museu Municipal Abel Manta, em Gouveia. A “Arte e Matemática” apresenta os mundos «impossíveis, belos e precisos» de um discípulo do gravador de origem portuguesa, Samuel Mesquita, e adianta algumas explicações para o método e trabalho de Maurits Cornelius Escher (1898-1972). A mostra é ainda complementada com diversas actividades interactivas e ateliers de padronagem/pavimentações destinadas ao público escolar. Sem conhecimento matemático prévio, Escher descobriu através do estudo sistemático e da experimentação todos os diferentes grupos de combinações isométricas que deixam um determinado ornamento invariante. Uma das suas gravuras mais emblemáticas é a xilografia “Day and Night” (1938). Eterno viajante, conheceu diversas culturas que inspiraram fortemente a sua obra, nomeadamente a passagem pelo Alhambra, em Granada, onde conheceu os azulejos mouros. Este contacto com a arte árabe está na base do seu interesse e paixão pela divisão regular do plano em figuras geométricas que se transfiguram, se repetem e reflectem, pelas pavimentações. Contudo, o artista substituiu, no preenchimento de superfícies, as figuras abstracto-geométricas usadas pelos árabes por figuras concretas, perceptíveis e existentes na Natureza, como pássaros, peixes, pessoas, répteis, etc. M. C. Escher nunca se considerou artista nem matemático, embora constem dos seus desenhos estruturas matemáticas complexas, perspectivas espaciais que necessitam sempre mais do que um apurado olhar. A organização desta exposição, inaugurada no último domingo, contou com a colaboração da Associação Cultural Mário Gomes Figueira e a Associação de Professores de Matemática. Ainda em Gouveia, realiza-se amanhã à noite um recital de violino e piano no âmbito do ciclo “Duetos à Sexta”, promovido pela autarquia local. David Lloyd (violino) e Jorge Ly (piano) interpretam no Teatro-Cine peças de Haendel, Schubert, Chopin, Elgar, Kreisler e Piazzolla.