O risco de Portugal precisar de um segundo resgate é baixo, apesar de não poder ser completamente descartado, diz Kathrin Muehlbronner, vice-presidente sénior da Moody’s.
«O risco é baixo. A posição de financiamento de Portugal é confortável», diz a analista num relatório sobre Portugal, na sequência dos mais recentes desenvolvimentos, divulgado esta terça-feira. A agência de rating reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa. A Moody’s espera agora que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça «entre 1 por cento e 1,5 por cento na melhor das hipóteses, nos próximos anos». Quanto ao défice, espera que estabilize abaixo dos 3 por cento do PIB.
A agência norte-americana avisa ainda que o Orçamento de Estado para 2017 deverá ser aprovado mas deverá ficar aquém das metas acordadas com a Comissão Europeia. «Portugal voltou a estar no centro das atenções nos últimos meses devido a receios em torno do fraco crescimento económico e incertezas sobre o custo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos», recorda a Moody’s.
«Apesar da perspetiva permanecer estável, o enfraquecimento da economia portuguesa e o aumento dos riscos para a trajetória da sua dívida estão a pressionar a sua credibilidade de crédito», diz a mesma analista no relatório sobre Portugal. A Moody’s avisa ainda que a dívida deverá subir este ano, face aos níveis já elevados de 129 por cento em 2015.