A administração Central do Sistema de Saúde abriu 2.414 vagas para o ingresso no ano comum em 2017 do internato médico (mais 464 do que em 2015).
A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda é a que tem mais lugares atribuídos, estando disponíveis 41 vagas. Já a ULS de Castelo Branco conta com 38 vagas e o Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) 36. No entanto, a quantidade de lugares disponíveis é contestada pela Ordem dos Médicos (OM), que a considera elevada relativamente às capacidades formativas dos hospitais públicos. Na semana passada, o bastonário José Manuel Silva afirmou que «o número de vagas para o ano comum tem crescido todos os anos e os hospitais não têm capacidade para aumentar na mesma proporção as vagas na especialidade». Por isso, «os hospitais estão quase com tantos especialistas como internos», criticou.
Na sua opinião, a falta de vagas para os médicos iniciarem a formação da especialidade faz com que muitos clínicos «emigrem» antes de iniciar o ano comum para concluir a especialidade no estrangeiro. Já a ausência de uma carreira médica leva a que médicos graduados deixem o setor público, pois deixa de ser um fator de «prestígio e atenção», alertou o bastonário. «A carreira médica tem a garantia da qualidade técnico-científica, a avaliação é feita interpares e a progressão é feita por avaliação e não antiguidade. Isso perdeu-se e tem reflexos no número de pessoas a dar formação, que diminui», justificou José Manuel Silva.
