Há obra quer as pessoas queiram ou não
Quem são essas pessoas?
Aquelas que entendem que se deveriam reunir esforços mais prementes a temas difíceis, votados ao abandono por este e anteriores executivos. Temas difíceis, delicados como a empregabilidade efetiva com recurso à captação de empresas sólidas; ensino superior público, forte, dinâmico e inovador, mas para isso torna-se necessário olhar para o IPG numa perspectiva global, olhar para as suas fragilidades e potencialidades tornando-o numa marca da cidade e da região. Que pena! O diretor geral do ensino superior seja da Guarda, disponibilizou-se até politicamente para ser mandatário da campanha das últimas eleições legislativas, o que neste cargo teria certamente um bom programa para projetar o crescimento da cidade e da região na área onde se assume como expert,, e também não fomos capazes de tirar partido positivo destas e de outras individualidades.
Temas difíceis como a ULS que se assume sem reivindicação superior, como um hospital do grupo I, onde em algumas das especialidades na Rede de Referenciação Hospitalar estamos dependentes da Covilhã ou Viseu (hospitais do grupo II) e só depois responde o hospital de nível III, Coimbra!
Afinal os temas difíceis continuam e ficam por tratar! E para calar aqueles que exigem mais de um executivo que se afirmava pleno de mudança, pretendem calar-nos com o que é mais visível e mais fácil: passeios novos, rotundas, estátuas e floreiras com rega gota a gota.
É só e apenas isso senhor presidente que se está a fazer.
A juntar a esta frase, triste, autocrática e até antidemocrática, paira ainda uma outra que disse a respeito do hotel Turismo: “não pago”.
Estas são duas afirmações tristes e que devem ser bem esgrimidas pelos Guardenses, já daqui a pouco mais de um ano: “não pague”, “faço obra quer queiram quer não”. Duas afirmações tão perigosas para quem conhece tão bem o teatro político.
Em jeito ainda de recordar temas preocupantes da gestão na autarquia, recordo que nos últimos dias a Bastonária da Ordem dos Advogados veio de novo – tal como eu embora em cenários de gestão pública um pouco diferentes, mas com a mesma dimensão, quer de responsabilidade político-social quer de transparência profissional – invocar relações promíscuas entre deputados da Assembleia da República que são simultaneamente advogados e/ou participantes de grandes grupos de escritórios. A mesma dimensão se aplica na composição do executivo da autarquia da Guarda.
Há ainda curiosidades que parecem teimar em não pretenderem ser transparentes, como o caso da atual pretensão de levantar-se o sigilo bancário, um pouco para se vigiar o enriquecimento ilícito. Mas vejamos, e se qualquer cidadão pudesse ter o direito de consultar o IRS dos políticos eleitos e de todos os que exercem cargos públicos de gestão com indicação e confiança política? Não seria nada de muito bizarro, é a democracia que os elege, ora então poderíamos ter acesso a verificar quanto recebem e de onde e ainda no que gastam! Poderíamos verificar por exemplo, se há políticos eleitos que somam responsabilidades em conselhos de administração de empresas ou grupos e que depois, no âmbito das suas responsabilidades políticas para que foram eleitos, fazem contratos e ajustes diretos com essas empresas, isto é, com empresas dos seus interesses.
O que acha senhor presidente sobre este assunto?
Ah! Já sabemos: “não pague” “vai haver obra quer queiram quer não”!
Por: Cláudia Teixeira