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Fogos já consumiram 8.619 hectares no distrito da Guarda

Mais de 8.400 hectares arderam na primeira quinzena de agosto, de acordo com o último relatório do ICNF

Até 15 de julho tinham ardido no distrito da Guarda 146 hectares. Um mês depois o balanço é bem mais negro e cifra-se nuns impressionantes 8.619 hectares consumidos pelas chamas em 161 ocorrências (98 fogachos e 63 incêndios florestais), revela o último relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Devido a estes dados, contabilizados entre 1 de janeiro e 15 de agosto, a Guarda é a terceira região mais afetada pelos fogos este ano, muito atrás de Aveiro e Viana do Castelo, com 41.569 e 23.197 hectares queimados, respetivamente. O ICNF justifica estes números com as condições meteorológicas «adversas, favoráveis à propagação de incêndios florestais», e que levaram a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) a decretar 22 dias de Estado de Alerta Especial (EAE) de nível amarelo ou laranja do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF). Os períodos mais críticos viveram-se de 14 a 18 de julho, de 23 a 29 de julho e de 6 a 15 de agosto, quando os incêndios não deram descanso a bombeiros e demais operacionais no país e no distrito da Guarda.

Divulgado na passada sexta-feira, o relatório regista a ocorrência de 15 grandes incêndios (com área superior a 100 hectares) no distrito entre o final de julho e 14 de agosto, que foram responsáveis por 8.125 hectares do total da área ardida. O maior fogo florestal aconteceu em Pousafoles do Bispo (Sabugal), onde, a 9 de agosto, arderam 1.950 hectares. Outras situações mais significativas verificaram-se na Barreira (Mêda) no passado dia 10, quando as chamas consumiram 1.161 hectares, em Aldeia Nova (Trancoso) a 7 de agosto (900 hectares), em Ribamondego (Gouveia) a 8 de agosto (750 hectares) e em Lagarinhos, no mesmo concelho e no mesmo dia (625 hectares). Já a 14 de agosto o fogo devastou 600 hectares na Mesquitela (Celorico da Beira).

Ainda segundo o relatório do ICNF, entre 1 de janeiro e 15 de agosto arderam em Portugal 103.137 hectares, um número três vezes superior ao histórico dos últimos dez anos. Quanto às áreas protegidas, os incêndios já consumiram 8.545 hectares por todo o país, nomeadamente 773,43 hectares na Serra da Estrela em 43 ocorrências. Trata-se de um registo bastante inferior ao contabilizado no ano passado, em que arderam 3.449,86 hectares em 134 ocorrências. Segundo o ICNF, até agora o Parque Natural da Peneda Gerês regista a maior superfície afetada 7.010 hectares.

Luis Martins O maior fogo florestal do distrito aconteceu em Pousafoles do Bispo (Sabugal) a 9 de agosto, quando arderam 1.950 hectares

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