Os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão cada vez mais dependentes dos tarefeiros. Só nos primeiros cinco meses deste ano, as unidades já gastaram mais de 39,7 milhões de euros, mais cinco milhões do que no mesmo período do ano passado.
Segundo o “Diário de Notícias”, o peso dos custos com as prestações de serviço têm vindo a aumentar depois de uma quebra em 2014. Entre janeiro e maio deste ano representam 3,5 por cento do total dos custos com pessoal (3,2 por cento no período homólogo). Sem capacidade de contratar ou com dificuldade em atrair clínicos, para alguns hospitais esta é a alternativa para garantir cuidados sobretudo nos períodos mais complicados do verão e fim de ano.
Embora a rubrica englobe todas as prestações, são as horas médicas contratadas a empresas que «são a componente principal», como a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) confirmou ao DN. Se a tendência dos primeiros cinco meses do ano se mantiver, 2016 irá terminar com custos superiores aos registados no ano passado: 92 milhões 877 mil euros (em 2014 foram 89 milhões).
De acordo com os dados da monitorização mensal da ACSS, há unidades a gastar perto de meio milhão de euros por mês. São exemplos o Centro Hospitalar Médio Tejo, que em março gastou 498 mil euros, de Leiria que pagou 424 mil euros ou do Centro Hospitalar do Algarve com 476 mil euros gastos no mesmo mês.
Em dezembro do ano passado esta unidade gastou 1,5 milhões de euros com prestações de serviço. Mesmo o hospital Amadora-Sintra, que conseguiu baixar os valores em relação ao ano passado, pagou em março 609 mil euros.