A afirmação é de François Hollande, presidente francês, que recorda que o banco norte-americano foi um «dos principais» envolvidos na crise do “subprime”.
O presidente francês, François Hollande, condenou esta quinta-feira como «moralmente inaceitável» o emprego de Durão Barroso no Goldman Sachs.
O ex-presidente da Comissão Europeia foi contratado na semana passada pelo banco norte-americano como presidente não-executivo e consultor, num momento em que o sector financeiro foi abalado pelas dúvidas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
François Hollande, que visita Portugal no próximo dia 19, falava numa entrevista televisiva transmitida no âmbito das comemorações do dia nacional de França. «Juridicamente é possível, mas moralmente é inaceitável», considerou o chefe de Estado francês, recordando que Durão Barroso «foi presidente [da Comissão Europeia] durante dez anos» em que se deu a crise do mercado imobiliário “subprime”, na qual o Goldman Sachs foi «uma das entidades principais».
Hollande apontou ainda que o banco norte-americano «aconselhava os gregos sobre como esconder os números» das suas finanças para poder aderir à zona Euro da moeda única da União Europeia, com as consequências que isso veio a ter. Antes do presidente francês, também o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, tinha defendido que Durão Barroso tem que renunciar ao emprego ou irá reforçar «o populismo» e «o ceticismo» em relação à Europa.