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«Pretendemos que o Sebadelhe Metal Fest se torne uma referência nos festivais e concertos de metal»

Cara a Cara – Pedro Nevado

P – Estamos a poucos dias da terceira edição do Sebadelhe Metal Fest (SMF). O que os levou a iniciar um evento dedicado ao metal? E porquê realizá-lo em Sebadelhe?

R – A ideia nasceu do facto dos elementos da organização nutrirem um gosto especial pela música, mais precisamente pelo metal. Queremos, desta forma, contribuir para o meio denominado de “underground” que tanto gostamos. Trata-se de um meio que acaba por ser mais restrito, que passa ao lado do mundo musical a nível de apoios, publicidade através dos media, entre outros. Além disso, o festival foi também criado com o intuito de dinamizar o concelho do qual somos naturais, Vila Nova de Foz Côa. O primeiro passo foi dado pelo Ricardo Novais, que foi convidando os restantes membros para participarem no projeto. Como ele é natural de Sebadelhe, fez sentido que o evento se estabelecesse na aldeia. Além disso, existiu uma grande recetividade por parte do presidente da Junta e dos habitantes, o que deu mais força para que o festival ganhasse forma nesta localidade.

P – Quais são as expectativas da organização para este ano?

R – As expectativas são muito boas. Foi feito um grande esforço da nossa parte para conseguirmos elevar o patamar em termos de bandas. Este ano conseguimos trazer nomes como Switchtense, For The Glory e RDB, que são grupos com dez anos de existência, que marcam este género musical e que, consequentemente, com o seu trabalho, têm bastante relevância no mesmo. Além destes, estarão presentes os Dementia 13, uma banda composta por membros de outros projetos, com bastante experiência musical. Teremos ainda Tales For The Unspoken, Extreme Retaliation e Without Face, que procuram conquistar o seu espaço no “underground” nacional e que o têm vindo a fazer com sucesso. Achamos que acrescentam muita qualidade ao cartaz do SMF 2016. Esperamos que o público venha a Sebadelhe e que seja a edição com maior afluência.

P – Tratando-se de um festival de um género musical restrito, quais são as principais dificuldades para o organizar? Qual a recetividade que têm por parte da população local?

R – As principais dificuldades são sempre de cariz financeiro e logístico. Como o festival está numa fase de crescimento não é fácil angariar patrocínios que queiram participar e ajudar-nos. No entanto, com bastante trabalho da nossa parte, temos conseguido chegar a bom porto. Criámos uma associação, a ACR Patrimónios de Peso, e temos organizado mais atividades para além desta que depois permitem dar suporte financeiro ao SMF. Sobre a logística, a dificuldade passa pelo facto do nosso grupo de trabalho ser reduzido, o que nos faz redobrar esforços para que no dia esteja tudo pronto e que não escape nenhum detalhe. A população local tem sido bastante recetiva desde a primeira edição, que foi a que causou algum receio. Contudo, depois de concluída, a aldeia já sabe que chega a esta altura do ano, ainda que este ano se concretize mais cedo, e realiza-se o SMF. Os habitantes têm sido bastante prestáveis, oferecem-se para ajudar e estão sempre dispostos a responder a algo que possamos pedir. Achamos que ficaram com o pensamento que o evento acaba por ser positivo para Sebadelhe. Neste aspeto, o “feedback” da sua parte tem sido fantástico.

P – Dão prioridade a nomes nacionais, há algum motivo especial para isso?

R – Nesta fase sim, a ideia passa por incorporar no SMF apenas bandas nacionais. Desde logo porque um dos objetivos do festival é promover o “underground” nacional, daí que faz todo o sentido que marquem presença grupos portugueses. Além disso, existem muitas bandas neste género musical e não sentimos necessidade de trazer nomes internacionais. Não excluímos essa hipótese, mas o crescimento do festival tem que ser sustentado e para conseguirmos bandas de fora do país temos que ter capacidade para tal, não a nível de organização mas sim monetária. Com o tempo talvez consigamos avançar para esse panorama.

P – Continuam a apostar em colocar o festival com entrada livre, porquê?

R – Para já achamos que isso continua a fazer sentido. O nosso propósito não é ganhar dinheiro em termos pessoais, mas sim que o festival seja sustentável. Enquanto se conseguir cumprir esse objetivo, achamos por bem ter entrada livre, tornando o festival aberto a todos e não somente aos que apreciam o metal.

P – Quais são os principais apoios para o evento?

R – Os principais apoios que temos são a Câmara de Vila Nova de Foz Côa e a Junta de Freguesia de Sebadelhe. Estes têm sido muito importantes para o desenvolvimento e crescimento do festival. Têm-se mostrado disponíveis em dar suporte, dentro das suas possibilidades, ao que vamos precisando. Além destes, temos o apoio da Logo Contraste, que nos auxilia em tudo o que envolva a promoção do festival, com merchandising, flyers, cartazes e até na decoração do recinto. Sem estas ajudas seria muito mais difícil o SMF acontecer. Aproveito para deixar o nosso obrigado a todos eles.

P – Pensam continuar com a atividade?

R – Sim, sem dúvida. Todos os nossos esforços vão de encontro a essa ideia. Passo a passo, pretendemos que o SMF se estabeleça no “underground” nacional e que leve as pessoas a tê-lo em conta como uma referência quando pensam em festivais e concertos de metal. Quero aproveitar para deixar um agradecimento a O INTERIOR e citar todos os membros da organização que se dedicam a isto de corpo e alma, acabando por abdicar do tempo pessoal por esta “nobre causa”. Cristiana, Frederico, Paulo, Patrícia e Ricardo, todos nós somos o SMF.

Perfil:

Membro da organização do Sebadelhe Metal Fest

Profissão: Estudante de Arquitetura Paisagista / Desenhador Projetista

Idade: 28 anos

Naturalidade: Vila Nova de Foz Côa

Currículo: Curso de Especialização Tecnológica em Condução de Obra

Filme Preferido: “Lobo Solitário” de McQuade

Hobbies: Assistir filmes e séries, ouvir música, passear ao ar livre, ver futebol

Pedro Nevado

Sobre o autor

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