Na semana passada publicamos neste espaço um comentário de Dora Tracana a propósito da notícia de O INTERIOR sobre a sua contratação, por 92 mil euros, para a realização de uma escultura para a rotunda do Rio Diz.
Ora, a escultora apenas vem a terreiro falar do seu currículo e lamentar que o autor da notícia não o tenha referido.
Pior, Dora Tracana acaba por fugir à verdade ao dizer que a sua escolha resultou «apenas e exclusivamente, de ter participado num concurso público, com regras definidas e públicas, que ganhei».
Nada mais falso. Basta ler a ata da reunião de Câmara de 29 de março de 2016 para se saber que Dora Tracana foi contratada por ajuste direto – logo, sem concurso – e pelo preço de 74.990 euros, mais IVA.
Note-se que este é um valor mais que conveniente para escapar ao concurso público, que seria obrigatório se o preço da contratação fosse superior a 75 mil euros. Está tudo dito: Dora Tracana vai fazer a escultura porque alguém quis que fosse Dora Tracana a fazê-la.
Luis Martins, jornalista de O INTERIOR
