O município de Almeida abriu um concurso público para a construção do Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes junto à estação de caminhos-de-ferro de Vilar Formoso. O preço-base do procedimento é de 765 mil euros.
O projeto vai ocupar dois antigos armazéns da Infraestruturas de Portugal, antiga REFER, que serão recuperados para acolherem um espaço museológico e documental sobre a vida e o legado do cônsul português em Bordéus no início da IIª Guerra Mundial, mas também sobre os judeus e os refugiados deste conflito. Em julho de 1940, Aristides de Sousa Mendes salvou milhares de judeus do holocausto nazi, que chegaram a Portugal pela fronteira de Vilar Formoso, ao assinar 30 mil vistos contra as ordens do Governo de Salazar, o que ditou a sua expulsão da carreira diplomática. Os futuros núcleos museológicos terão seis áreas expositivas dedicadas às temáticas “Gente como nós”, “Início do pesadelo”, “A viagem”, “Vilar Formoso fronteira da paz”, “Por terras de Portugal” e “A partida”.
A par da recuperação do edifício da “Esnoga de Malhada Sorda”, o Memorial é apoiado pelo Estado e pelo EEA Grants “2009-2014”, um mecanismo financeiro através do qual a Noruega, Islândia e o Liechtenstein financiam projetos junto dos países beneficiários do Fundo de Coesão da União Europeia. O equipamento ficará integrado na Rede de Judiarias de Portugal. Entretanto, o Center For Jewish History, em Nova Iorque, acolhe até 9 de setembro a exposição “Portugal the Last Hope: Sousa Mendes’ Visas For Freedom”, em homenagem a Aristides de Sousa Mendes. A mostra foi organizada em parceria com o Consulado de Portugal em Nova Iorque, a Sousa Mendes Foundation, a Câmara de Almeida e o futuro museu “Vilar Formoso Fronteira da Paz”, com o apoio do Museu Virtual Aristides de Sousa Mendes, do Turismo Centro de Portugal e da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento, entre outras entidades.