A Assembleia Geral (AG) dos “Amigos do Museu da Guarda”, reunida no passado dia 11, decidiu entregar os destinos da associação ao sócio fundador Mota da Romana, que ficou mandatado para constituir uma comissão administrativa de gestão, como o próprio tinha sugerido anteriormente.
A AG tinha como ponto único da ordem de trabalhos a eleições para os órgãos sociais aos quais concorria uma única lista liderada por Carla Ravasco. Contudo, nesse dia, antes do ato eleitoral, os candidatos entregaram ao presidente da Assembleia Geral, António Ferreira, uma declaração de retirada da sua candidatura, ficando igualmente sem efeito a intenção de candidatar elementos da lista a sócios da associação. A decisão ficou a dever-se «às críticas e insinuações» proferidas por José Manuel Mota da Romana numa entrevista a um jornal da cidade. Esvaziada de sentido, nesta AG participaram apenas o presidente da mesa e o associado António Quinaz – Mota da Romana alegou motivos pessoais para não participar –, que decidiram entregar as chaves da sede da associação ao sócio fundador, que também foi mandatado para criar uma comissão administrativa.
Contactado por O INTERIOR, José Manuel Mota da Romana, primeiro presidente dos “Amigos do Museu”, começou por dizer que «não sei se essa nomeação é para mim, uma vez que não é o meu nome que consta». Em causa está o comunicado enviado aos sócios e que, por lapso, se refere a João Mota da Romana e não a José Mota da Romana. No entanto, e a ser mesmo para ele, como António Ferreira já confirmou, o visado prefere não se pronunciar sobre o assunto: «Quero primeiro estar a par de alguns elementos e poderei eventualmente falar mais tarde», disse Mota da Romana. A novela em torno dos “Amigos do Museu” começou em novembro passado, quando em AG se apresentou um grupo de novos sócios com a intenção de formar uma lista concorrente, após um vazio diretivo de dois anos na associação.
Recentemente, em entrevista a um semanário da cidade, o sócio fundador considerou que a entrada destes novos sócios violava os regulamentos da associação, tratando-se de «um grupo bem definido, com contornos bem claros, a vários níveis, sobretudo a nível político-partidário próximo dos interesses do presidente da Câmara da Guarda». O antigo presidente da associação declarou ainda que os mesmos não pagaram quotas, nem a joia de inscrição, como prevê o regulamento, e considerava que havia «uma entrada viciada» dos novos sócios, «uma vez que não entraram pela forma regular». Na mesma entrevista, José Mota da Romana adiantava que poderia avançar com um pedido de impugnação do ato eleitoral e afirmava que «as coisas entraram numa situação de irregularidades», uma vez que «não houve prestação de contas nos órgãos próprios, nem os sócios souberam, nem o Presidente da Assembleia Geral soube».
Ana Eugénia Inácio