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Chupas & Morrão fica com Cibercentro da Guarda

Câmara aceitou proposta de transferência da obra por parte da última adjudicatária

O executivo da Câmara da Guarda aprovou quarta-feira, por maioria, a transferência da empreitada do futuro Cibercentro da Guarda, no Solar dos Póvoas, para a construtora trancosense Chupas & Morrão. A cedência foi proposta pela Manuel do Carmo Rodrigues, de Lamego, que abandonou o estaleiro no final do mês passado devido a problemas financeiros, e foi aceite na última reunião camarária pela maioria socialista enquanto o PSD se absteve. Uma solução que evita a abertura de um novo concurso público e mais atrasos num equipamento que já deveria estar a funcionar desde Setembro de 2002.

Mas desta vez, a autarquia só vai entregar a obra «quando a nova construtora demonstrar que cumpre todos os requisitos que já tinham sido exigidos ao antigo adjudicatário», adiantou Álvaro Guerreiro, vice-presidente do município. Quem espera para ver são os eleitos do PSD, que ainda tentaram que o assunto fosse retirado da sessão mas acabaram por abster-se dada a intransigência dos socialistas. Uma posição explicada por Ana Manso como sendo um sinal de que «continuamos à espera que o Cibercentro seja concluído». No entanto, para Álvaro Guerreiro, ficou «claro» que os vereadores social-democratas apenas quiseram «atrasar o andamento da obra para depois, em período de campanha eleitoral, assacar responsabilidades à Câmara pelo atraso dos trabalhos». Com esta deliberação, tudo indica que a empreitada possa ser retomada pela Chupas & Morrão até ao final do mês, esperando o executivo que à terceira tentativa seja de vez. É que as anteriores adjudicatárias – as Construções D. Sancho e a Manuel do Carmo Rodrigues Lda – não conseguiram concretizar, sucessivamente, a obra por problemas financeiros. A primeira acabou por falir em 2001, já a segunda, que ganhou em Janeiro deste ano o segundo concurso público com um preço base de mais de 351 mil euros, requereu um Processo Especial de Recuperação de Empresas.

Problemas que acabaram por levar a autarquia a dispensar os primeiros funcionários do Cibercentro – uma directora executiva e um técnico – dado o atraso do projecto, desconhecendo-se actualmente quando poderá ficar pronto. Deste breve estertor sobra um vastíssimo arquivo fotográfico digitalizado e pouco mais. O Cibercentro foi apresentado em Setembro de 99 e deveria estar concluído em Setembro de 2002. Contudo, a nova estrutura permanece quase na estaca zero. Recorde-se que a Guarda foi uma das seis cidades de média dimensão escolhidas para a primeira fase deste projecto-piloto e a terceira a assinar o protocolo de criação do Cibercentro, um espaço que visa facilitar o acesso dos jovens às novas tecnologias da informação. O projecto foi conceptualizado em parceria com as ex-secretarias de Estado da Juventude e da Habitação e Comunicações e pretendia encurtar distâncias, sendo um «factor de promoção e de maior igualdade de oportunidades entre os jovens», entendeu na altura Miguel Fontes.

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