Mesmo sem deputados eleitos pelo círculo da Guarda, o PCP garante que o distrito não foi esquecido. Quarenta e oito perguntas e requerimentos e cinco projetos de resolução apresentados na Assembleia da República são o balanço que o partido faz da última legislatura.
Em conferência de imprensa na passada quinta-feira, onde foram apresentados estes dados, Patrícia Machado, responsável pela Direção da Organização Regional da Guarda (DORG) do PCP, sublinhou que nestes quatro anos houve sempre a preocupação de manter o «contacto com instituições e agentes locais para conhecer mais a realidade e os problemas» do distrito. Já o cabeça-de-lista Luís Luís disse acreditar que o PCP teve um papel importante na última legislatura «dando expressão à luta dos trabalhadores e do povo» e as suas iniciativas parlamentares corresponderam «à denúncia dos problemas sentidos e à necessidade de combater as políticas do Governo». Para o candidato, esta atividade é «uma clara afirmação de que é possível uma verdadeira alternativa patriótica e de esquerda».
As iniciativas comunistas percorreram todo o distrito e a defesa do Serviço Nacional de Saúde, do ensino, do setor produtivo, da agricultura familiar e das micro, pequenas e média empresas. Houve também iniciativas contra os encerramentos dos serviços públicos e pelo fim das portagens nas autoestradas A23 e A25. Os comunistas recordaram que não terem qualquer deputado pelo círculo da Guarda «não foi impedimento para que os problemas sentidos pelos trabalhadores e a população do distrito deixassem de ser diretamente ouvidos e denunciados, confrontando o Governo com as consequências desastrosas da sua política». Para Luís Luís, «ao contrário de outros (partidos) que prometeram uma coisa e fizeram outra», o PCP tem «trabalho realizado em prol do distrito e do país» e provado que tem «uma só palavra».
O cabeça-de-lista sublinhou ainda que «não somos um partido de individualidades, nem unipessoais», sendo o trabalho «apresentado todos os dias e não apenas de quatro em quatro anos». Entre críticas às políticas da coligação da direita e às abstenções do PS, o candidato apelou ao voto, lembrando que cada eleito da CDU é «um deputado a menos do PSD/CDS e PS. É um deputado a mais para defender os direitos dos portugueses e tornar mais próxima uma política alternativa, patriótica e de esquerda». Luís Luís avisou também que é preciso estar preparado para «uma eventual saída do euro», pois o importante é «libertar-nos destas amarras».
Ana Eugénia Inácio