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«Tudo faremos para criar um Cancioneiro do Concelho da Covilhã»

Cara a Cara – José de Jesus Simões

P- Que projetos têm para o Rancho Folclórico e Etnográfico do Refúgio?

R- Continuar a recolha, preservação e divulgação das tradições do povo do concelho da Covilhã, através da dança, cantiga, traje e outros usos e costumes. Queremos também começar já a preparação para as comemorações (que pretendemos sejam o mais dignas possíveis) do 50º aniversário da sua fundação, que terá lugar em junho de 2016, e dar corpo à ideia da criação de uma Escola de Tradições. Pretendemos ainda continuar a recolha e recuperação de peças etnográficas evitando o seu desaparecimento, enriquecendo desse modo o significativo acervo museológico já existente na nossa Casa Museu, onde há mais de duas mil peças. Finalmente, queremos realizar obras de beneficiação num edifício que nos foi doado por uma família do bairro.

P- No que consiste essa Escola de Tradições e Folclore?

R- Consiste na captação de crianças, adolescentes e jovens que se mostrem disponíveis para fazer uma iniciação à vertente do folclore e etnografia, tendo sido já dados os primeiros passos nesse sentido. Pretendemos fazer protocolos com outras instituições, incluindo os estabelecimentos de ensino. O objetivo, para além de criar nos aderentes o gosto por adquirirem conhecimentos sobre o passado das nossas gentes, tem igualmente a ver com a sua integração futura no Rancho Folclórico.

P- Manifestaram há uns meses vontade de elaboração um cancioneiro tradicional de todo o concelho da Covilhã, como está este projeto?

R- A elaboração de um Cancioneiro do Concelho da Covilhã é um projeto que tudo faremos para que possa ter a sua concretização. Por se tratar de um projeto arrojado, só se tornará viável se vier a ser contemplado com fundos comunitários a conseguir através do programa Portugal 2020. Para além do pormenor financeiro absolutamente indispensável, este trabalho terá de merecer a adesão de outros agentes culturais, nomeadamente ranchos folclóricos, agrupamentos culturais e outras Instituições do concelho que já tenham trabalho feito ou queiram vir a desenvolver recolhas locais, na vertente da cantiga tradicional. Para o efeito foram já realizadas reuniões nesse sentido, estando para breve a sua continuidade.

P- Quais as principais carências da coletividade?

R- As principais carências, além do aspeto financeiro, pois os recursos são sempre escassos para as nossas pretensões de crescimento, consistem na ausência de um espaço próprio para a realização de ensaios e outras atividades. Queremos realçar a disponibilidade manifestada por outras coletividades da cidade, no sentido de colocarem à nossa disposição as suas instalações, o que agradecemos.

P- Quantos sócios tem atualmente o Rancho Folclórico e Etnográfico do Refúgio? É um número que gostava de aumentar?

R- Conta esta associação com cerca de 120 associados. É um número ainda insuficiente, mas que vem crescendo gradualmente ao longo dos últimos anos.

P- Quantos elementos tem o rancho? Tem sido fácil trazer pessoas novas?

R- O Rancho Folclórico e Etnográfico do Refúgio conta com um pouco mais de meia centena de elementos. A cada ano vão aparecendo pessoas que desejam integrar o rancho, o que nos vai dando uma garantia de continuidade. No entanto, nomeadamente nos jovens, acontece por vezes a sua indisponibilidade de participação constante por motivos diversos, tais como a atividade profissional com horários alternados, colocação após conclusão dos estudos académicos de nível médio e sua colocação em estabelecimentos de ensino superior fora da região.

P- Considera que o rancho tem um peso importante na cultura da cidade? Porquê?

R- Este Agrupamento de Folclore é reconhecido por todos, incluindo por organismos oficiais, Câmara da Covilhã, Junta de Freguesia da Covilhã e Canhoso, Inatel e Federação do Folclore Português, do qual é sócio efetivo desde 1991, como sendo um fiel representante do Concelho da Covilhã no que às tradições culturais diz respeito. Consideramos, pois, em função disso e do trabalho etnofolclórico criterioso que tem sido desenvolvido ao longo da sua existência e de um modo particular nas últimas três décadas, ter o mesmo um peso importante no panorama cultural desta cidade e região.

José de Jesus Simões

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