O trabalho desenvolvido, há mais de seis anos, no sentido de afirmar a identidade do Carnaval guardense transformou o Julgamento do Galo do Entrudo num excelente e conseguido cartaz da Guarda.
O espetáculo – como se viu uma vez mais no passado domingo – continua a agradar à população; até porque tem havido a preocupação de o renovar, enriquecer, aperfeiçoar, criar novas facetas, motivar participações, gerar expectativas junto dos residentes ou dos visitantes.
O Julgamento do Galo é uma tradição de diversas localidades portuguesas, especialmente do concelho da Guarda.
Tratando-se de um ritual de exorcismo de todos os males existentes, o Galo é o culpado por intrigas, desavenças e todos os insucessos que tiveram lugar no ano que passou, pelo que é julgado e condenado em praça pública, num ritual expiatório e de purificação, através do qual se renova a esperança num ano e num país melhor.
O elevado número de pessoas que, mais uma vez, assistiu ao julgamento (e é bom que no cartaz não se reduza à mera designação de Galo do Entrudo) traduz o entusiamo por um espetáculo com este perfil, constituindo igualmente um importante indicador para futuras edições.
A adesão das pessoas representa, sem dúvida, a melhor recompensa para quantos estiveram diretamente ligados à produção deste espetáculo que a Guarda deve acarinhar e apoiar, pois é um evento ímpar; como tal, deve ser um espetáculo distinto, separado de outras atrações diferenciadas.
A sua crescente projeção passa, certamente, pelo reforço da sua identidade e ligação à tradição regional, pela criatividade e inovação proporcionada pela qualidade dos meios humanos e técnicos envolvidos.
A Guarda assistiu a um excelente espetáculo, cuja continuidade se deseja, em prol da sua promoção turística, da revitalização económica, da salvaguarda das tradições locais e regionais.
Por: Hélder Sequeira