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«Não é minimamente justo pagarmos 15 euros mensais no parque de estacionamento do Hospital»

Cara a Cara – Pedro Lopes

P – Quais são as atividades da Casa de Pessoal do Hospital Sousa Martins?

R- A Casa de Pessoal do Hospital Sousa Martins – Guarda, enquanto associação, apoia e desenvolve atividades de natureza cultural, desportiva e recreativa. Ao longo da sua existência efetua anualmente atividades para os seus associados das quais destacamos a festa de S. João e S. Martinho e o jantar de Natal com o convívio dos associados e das suas famílias. Promove ainda atividades desportivas no âmbito do futebol e da pesca. No que diz respeito à componente social tem tido principal atividade a recolha e troca de manuais escolares todos os anos letivos. Com a nossa eleição no dia 8 de janeiro de 2015 pretendemos “somar” e não “subtrair” a estas atividades que possuem já alguma tradição institucional. Somos efetivamente uma equipa motivada, coesa e agregadora de todas as classes profissionais e iremos procurar nestes dois anos de mandato modernizar, inovar e diversificar algumas atividades e a imagem da nossa Casa de Pessoal.

P- Quantos sócios têm?

R- A Casa de Pessoal, antes da nossa tomada de posse, tinha 621 associados. Após a nossa eleição já conseguimos recrutar 25 associados.

P- Acha que é possível o número de sócios crescer? E o que pretendem fazer para isso?

R- Sem qualquer dúvida, aliás isso já está a acontecer. Pretendemos de facto que as pessoas se identifiquem com o nosso projeto. E para isso procuraremos estabelecer novas parcerias/protocolos com entidades, empresas e associações, diversificar as atividades a realizar pela Casa de Pessoal para permitir que os associados participem ativamente nelas. Queremos voltar a ter um bar da Casa de Pessoal, queremos modernizar tecnologicamente a Casa de Pessoal (novo logótipo, página facebook e espaço para os sócios deixarem as suas sugestões/opiniões), queremos realizar passeios e atividades de convívio e queremos colaborar com os diversos projetos científicos que os associados pretendam desenvolver. O nosso trabalho será com os sócios e para os sócios!

P- Vão procurar ter mais visibilidade junto da comunidade? Como tencionam fazê-lo?

R- Esse é obviamente um dos nossos principais objetivos. Ambicionamos ter um papel mais interventivo na comunidade quer através do desenvolvimento de parcerias de cariz social, quer através da organização de atividades abertas ao público em geral. É fundamental nesta conjuntura social demonstrarmos responsabilidade civil e sentido de cidadania. Está nos nossos horizontes desenvolver atividades de educação/sensibilização para a saúde dos cidadãos. Estamos a estudar a viabilidade para a implementação de uma Loja Social que sirva os interesses da população guardense.

P- Qual a situação financeira da Casa do Pessoal?

R- A situação financeira da Casa de Pessoal neste momento é estável. No entanto, é importante gerar receitas de forma a fomentar o crescimento económico sustentável da associação. Para que isso aconteça levaremos a cabo uma gestão com o máximo rigor, competência e empenho.

P – Quais são os principais problemas que afetam os funcionários do hospital?

R – À semelhança da população em geral, o principal problema é económico-financeiro. Por outro lado, existem também problemas associados ao aumento da afluência dos utentes aos serviços de saúde que causam uma superlotação dos serviços e se traduzem numa sobrecarga de trabalho para os funcionários, levando muitas vezes à exaustão. Não nos podemos esquecer que neste cenário de crise que temos vivido nos últimos anos, os funcionários têm estado sujeitos a um aumento das horas de trabalho associado a cortes remuneratórios significativos.

P- Os funcionários do hospital estão agora sujeitos ao pagamento do estacionamento, o que acha sobre isso e qual é o valor?

R- O valor cobrado para usufruir do parque coberto são 15 euros mensais. Tendo em consideração a conjuntura atual consideramo-lo um valor excessivo, não nos podemos esquecer que há funcionários que só auferem o salário mínimo nacional. Não consideramos minimamente justo pagarmos para ir trabalhar, por isso será nosso objetivo negociar este valor junto do Conselho de Administração. Aliás, aquilo que se observa é que uma grande parte dos funcionários não utiliza o parque de estacionamento, o que nos leva a crer que o mesmo poderia ser melhor rentabilizado se a taxa mensal fosse substancialmente menor.

P- O que acha das novas instalações hospitalares? Contribuíram para a melhoria das condições de trabalho?

R- As novas instalações hospitalares são indubitavelmente melhores para os utentes: serviços mais amplos, quartos com maior privacidade instalações modernas e equipamentos inovadores. Sem dúvida refletem uma boa imagem para o exterior, para a população em geral. Sabemos que o mais importante são os utentes, mas é preciso salvaguardar também os profissionais que lá trabalham; sem meios humanos, um Hospital não consegue funcionar e os utentes não terão qualidade de serviços. Consideramos ainda que a dispersão dos edifícios que compõem a unidade hospitalar pode eventualmente impor alguns obstáculos na articulação entre os serviços e na rentabilização eficiente de recursos (humanos e materiais).

Pedro Lopes

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