A Guarda é uma das capitais de distrito onde os combustíveis são mais baratos, mas é das mais caras quando se fala de gás butano e propano. O levantamento foi feito pelo Ministério do Ambiente e apresentado na passada quarta-feira, no Parlamento, pelo ministro Jorge Moreira da Silva, que esteve na comissão de Economia e Obras Públicas numa audição regimental.
De acordo com esses dados, na cidade mais alta a gasolina atinge em média 1,31 euros, mais 14 cêntimos que o preço de referência (1,17 euros). A mesma diferença verificava-se no gasóleo, já que os automobilistas pagam, em média, 1,16 euros, 14 cêntimos acima do preço de referência (1,02). As cidades onde os combustíveis são mais caros são Bragança e Lisboa. A capital transmontana lidera a lista, pois a gasolina custa em média 1,38 euros, mais 21 cêntimos que o preço de referência, e o gasóleo 1,22 euros, mais 20 cêntimos que o preço de referência. A capital do país é a segunda cidade mais cara porque a gasolina custa 1,37 euros por litro, enquanto o gasóleo fica a 1,21 euros. Ou seja, mais 20 e 19 cêntimos, respetivamente, que o preço de referência. Inversamente, as cidades mais baratas são Aveiro (gasolina a 1,30 euros) e Castelo Branco (gasóleo a 1,13 euros).
No entanto, o estudo efetuado pelo Ministério do Ambiente nota que tanto na gasolina como no gasóleo os preços praticados nestas duas cidades estão mais de dez cêntimos acima dos preços de referência de abastecimento grossista, que são disponibilizados diariamente pela Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) e refletem os preços grossistas. Os valores médios apresentados são baseados nos preços das estações de serviço de 17 capitais de distrito. Na Guarda, foram analisados os preços de 70 por cento dos sete postos de venda existentes na cidade. O ministério recorda ainda que a 7 de janeiro, o preço de referência grossista era de 1,16 euros para a gasolina e de 1,01 euros para o gasóleo.
No gás, a Guarda tem o segundo preço mais elevado do país no caso do propano, 2,44 euros para um valor de referência de 65 cêntimos por quilo. Ou seja, mais 1,79 euros. Já no butano, a cidade mais alta é a sexta mais cara, com 2 euros por quilo, quando o preço de referência de abastecimento grossista é de 68 cêntimos. Nesta área, Beja é a mais cara de Portugal com preços das garrafas de 2,18 euros (butano) e 2,55 euros (propano). Lisboa é a segunda cidade mais cara no gás butano (2,15 euros) e a terceira no gás propano (2,43 euros). As localidades mais baratas são Braga no butano (1,83 euros) e Viana do Castelo no propano (2,18 euros). No Parlamento, o ministro Moreira da Silva considerou que estas diferenças de preço ficam a dever-se, sobretudo, a questões relacionadas com «as cadeias de logística». Na Guarda foram analisados os preços de 10 posto de venda de gás butano e 8 de comercialização de gás propano para garrafas de 13 quilos (butano) e 11 e 9 quilos (propano). A 7 de janeiro, o preço de referência grossista era de 0,524 euros por quilo de gás butano e de 0,498 euros para o propano.
Luis Martins