Na sequência das recentes quezílias que têm pautado a vivência do PSD da Guarda, José Gomes, destacado militante e contestatário de Ana Manso, decidiu afastar-se da vida política activa do Partido Social Democrata na cidade durante os próximos dois anos. Esta decisão foi anunciada na terça-feira em conferência de imprensa e surge após as recentes declarações da líder da distrital, que apontou o dedo aos social-democratas que aceitaram lugares de chefia no tempo do Governo socialista, numa clara alusão ao antigo director de Estradas da Guarda, actualmente responsável pela Direcção de Estradas de Coimbra.
José Gomes considera que a forma como «estes processos» têm decorrido, não se coadunam com a sua postura de vida, «quer como homem, como profissional e político». E porque acredita que para o PSD alcançar a vitória «é preciso unir» e «envolver» todos os militantes e simpatizantes, o engenheiro civil abandona o activo político por dois anos, retirando-se de qualquer participação «em divisões e guerrilhas partidárias». Pretende assim deixar de ser um «obstáculo» ao partido na «vitória necessária» no concelho da Guarda, reitera José Gomes, para quem os últimos factos políticos «não têm sido prestigiantes para um partido de poder e muito menos para os seus dirigentes e militantes locais». No entanto, não lhe restam dúvidas quanto ao facto de haver no PSD da Guarda «quem procure encontrar inimigos dentro do PSD» e esqueça os «verdadeiros adversários» políticos. José Gomes aproveitou ainda para lamentar que a participação política dos militantes fundadores tenha servido de motivo «para mal receber quem nos visita e hostilizar quem trabalha», acusa. Por tudo isto, e por não concordar com o caminho que o partido parece estar a trilhar na Guarda, José Gomes vai dedicar-se a «ouvir as pessoas e a partilhar os seus problemas».