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PCP ataca o Governo e autarquia

Críticas marcaram a assembleia da Concelhia da Guarda do PCP e o 83º aniversário do partido

O Governo e a Câmara da Guarda estiveram “debaixo de fogo” na quarta Assembleia da Organização Concelhia da Guarda do Partido Comunista Português, que decorreu no domingo. O encontro, que contou com a presença de Luísa Araújo, membro da comissão política do PCP, serviu ainda para fazer o balanço do trabalho realizado no ano transacto, a eleição da nova concelhia e a celebração dos 83 anos do partido.

Um aniversário sem grandes motivos de alegria, na medida em que os comunistas consideram «muito grave» o desmantelamento do tecido produtivo do concelho, cujo desenvolvimento económico está assim «comprometido». O encerramento da Gartêxtil e da Eurosim, bem como a redução do número de trabalhadores (600) na Delphi e na Benoli-3, foram os exemplos apontados como consequência da política governamental na Guarda. No entanto, apesar das garantias do primeiro-ministro, que assegura «que o pior já passou», o PCP contraria essa realidade exemplificando com a situação dos trabalhadores da Auto Neofor, na Guarda, «que não recebem os salários há vários meses», mas também com a «degradação» do ensino público pela «asfixia financeira e às orientações de privilégio do sector privado». Na área da saúde, o encerramento da maternidade do hospital distrital foi considerado um «golpe baixo» do Governo de direita e um «verdadeiro crime» contra a saúde dos guardenses.

Segundo os comunistas, sente-se uma «falta de estratégia» nas orientações políticas do Executivo de Durão Barroso, designadamente nos serviços públicos, como os correios, os transportes e o abastecimento de água, sectores que têm sido «muito penalizados com aumentos de preços e privatizações». Nesse sentido, o PCP está contra o encerramento de estações dos CTT nas freguesias do concelho. As vias de comunicação também não passaram em claro na ordem de trabalhos, com destaque para a linha da Beira Baixa na ligação Guarda-Covilhã, símbolo do «desleixo e falta estratégia do Governo». Em resposta, a Assembleia da Organização Concelhia da Guarda defende a remodelação integral «e a consequente electrificação» da via, prometendo também lutar contra a introdução de portagens na futura A25 «por não existirem alternativas». Por último, os comunistas guardenses assumem a «batalha» de lutar contra a privatização da água do município, «desejada pela presidente da Câmara», garantem.

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