Tal como se previa, o Souropires, líder isolado do Distrital da Guarda, sentiu grandes dificuldades na deslocação ao reduto do Sporting da Mêda, não conseguindo melhor que um empate a zero. Um resultado que acaba por ser o mais justo, pena é que não tenha sido marcado qualquer golo numa partida recheada de ocasiões para tal. Com este deslize, a equipa de Paulo Batista permitiu a aproximação de Gouveia e Figueirense, dois adversários directos na luta pela subida de divisão.
O Souropires entrou melhor na partida, dominando os acontecimentos durante a primeira parte, com o primeiro sinal de perigo a acontecer aos 5’, através de um forte remate de Bessa que não passou muito longe da baliza de Paulo Jesus. Aos 13’, foi a vez de Camilo trabalhar bem um lance na área caseira para, depois de parar no peito, rematar rente à barra. A partir dos vinte minutos, o Sporting da Mêda conseguiu equilibrar a contenda e criou uma situação de perigo aos 25’, mas Rogério não tirou o devido partido de uma falha de marcação e rematou ao lado. A melhor ocasião do primeiro tempo surgiu aos 29’, com Bessa, à entrada da área, a rematar ao ângulo superior direito, obrigando o guardião medense a uma boa estirada. Aos 37’, ficou por marcar uma grande penalidade a favor do Mêda, quando o veterano Melo carregou Paulo João junto à linha limite da grande área. Dois minutos depois, o trio de arbitragem, comandado por António Pinto, voltou a estar mal, assinalando um fora de jogo inexistente ao avançado medense quando este seguia isolado.
No regresso das cabinas, Paulo Batista fez entrar Paulinho para o lugar de Artur de forma a trazer maior velocidade à sua equipa, mas foi a formação da casa que teve uma entrada verdadeiramente fulgurante, criando vários calafrios à defesa visitante nos primeiros dez minutos. Aos 47’, Nuno Carvalho desmarcou Paulo João que, ainda de muito longe, atirou perto da baliza. No minuto seguinte, o ponta-de-lança do Mêda teve uma boa arrancada no lado direito, mas, ao entrar na área, Melo opôs-se bem com os pés. Aos 50’, os comandados de João Borrego arrancaram nova grande jogada pelo lado direito, toda ela feita ao primeiro toque, mas Nuno Carvalho, ao segundo poste, rematou fraco com o seu pior pé, o direito. Quatro minutos depois, Paulo João efectuou um cruzamento do flanco esquerdo para o centro da área, onde Edson, em excelente posição para fazer golo, demorou uma eternidade e permitiu o corte de um defesa contrário. O Souropires só sacudiu este período de “sufoco” aos 57’, mas o remate de Bessa saiu muito torto, após uma boa combinação com Galhardo.
Assistiu-se depois a muita luta a meio-campo, sem grandes oportunidades, com os treinadores a lançarem várias cartadas em busca do tento da vitória. Até que aos 92’, Zé Tó teve nos pés uma soberana oportunidade para marcar um golo que valeria três pontos, mas o seu remate embateu no poste da baliza de Paulo Jesus. António Pinto realizou uma exibição com alguns erros. No final, João Borrego afirmou que o empate frente ao primeiro classificado «soube a pouco» por aquilo que a sua equipa fez na etapa complementar de um «jogo extremamente agradável e com duas partes distintas», considerou o técnico do Sporting da Mêda. Também Paulo Batista, treinador do Souropires, reconheceu que o domínio foi repartido, pelo que a divisão de pontos acaba por ser «justa», sublinhando «ser impensável» que o desafio entre Manteigas e Gouveia ainda não tenha sido disputado.
Ricardo Cordeiro