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Vida e obra de Adriano Vasco Rodrigues

Exposição «simbólica e de afectos» sobre o professor e investigador no Paço da Cultura

“Adriano Vasco Rodrigues: o educador e investigador” é o nome da exposição que está patente na galeria do Paço da Cultura até 27 de Março. Adriano Vasco Rodrigues é o mais recente convidado do ciclo dedicado à vida e obra de escritores, poetas e pensadores da Guarda, organizado pela Câmara da Guarda, cuja mostra bio e bibliográfica foi inaugurada na passada sexta-feira. Trata-se de uma oportunidade única para descobrir mais sobre a sua obra, porque estão expostos os objectos que simbolizam a sua vida e que pertencem ao domínio mais íntimo.

O professor e investigador, natural da Guarda, publicou diversos trabalhos sobre as mais variadas temáticas dos quais se destacam alguns sobre as diversas localidades do distrito. Na área do ensino, do seu vasto currículo distingue-se o facto de ter sido professor do antigo Liceu da Guarda, reitor e organizador do liceu-piloto Garcia da Orta, director-geral do ensino particular e cooperativo e director da “Schola Europaea”, cargo para o qual se candidatou a nível internacional, tendo sido o único português a ocupá-lo até hoje. Actualmente é director jubilado dessa escola e encontra-se vinculado à área do Património e aos Estudos Africanos na Universidade Portucalense, no Porto. O mundo da política também delineou a sua vida e nesta esfera foi Governador Civil do Distrito da Guarda, deputado da Assembleia Municipal da Guarda e na Assembleia da República, para além de ter sido ainda conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas. Valorizar e destacar a vasta obra de Adriano Vasco Rodrigues é o objectivo da autarquia com esta exposição, que também pretende ser uma homenagem a um «homem que muito fez pela cidade», explicou o vereador Amândio Baía.

Adriano Vasco Rodrigues diz que aceitou este desafio porque a cidade que o viu nascer e as gentes da «minha terra» perderam as suas pegadas a partir de um determinado período. A sua vida foi marcada pelas «limitações e dificuldades em progredir», que o motivaram a uma «constante procura fora da minha terra», confessou, emocionado. A música africana, escolhida a preceito, confere um ritmo simbólico à exposição onde se podem encontrar objectos pessoais e desígnios próprios que escreveram e retratam a sua vida. Obras impressas ou mesmo escritas à mão, colectivas ou individuais, dossiers temáticos, pintura, escultura, fotografias, medalhas comemorativas e de mérito, cartões que atestam a sua intensa actividade, são alguns dos objectos seleccionados pelo seu valor e pelo que representam para Adriano Vasco Rodrigues. O “Futuro”, título do próximo livro do professor, o qual «não acaba aqui, porque vai continuar a escrever», garantiu Américo Rodrigues, também se encontra exposto juntamente com tantas outras obras pessoais.

A iniciativa ambiciona ainda que a sua vasta obra seja um exemplo para outros jovens investigadores. Por isso, o maior destaque desta mostra incide nas várias edições do autor «como exemplo e fonte de saber, principalmente para os mais jovens», afirma Américo Rodrigues. Por ser uma exposição de muitos livros, foram criadas as condições propícias para que as pessoas usufruem do espaço e da mostra tendo a oportunidade de ler ou somente consultar o material exposto. É por isso uma exposição simples que contém somente o essencial: «Trata-se de valorizar e de tornar ainda mais visível o trabalho do professor», acrescentou o animador cultural. De resto, é sobretudo uma exposição de «afectos», mas também funciona como pretexto para descobrir a obra de Adriano Vasco Rodrigues.

Patrícia Correia

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