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Presidente do Inatel desmente fim do parapente em Linhares

Alarcão Troni diz que o Inatel não vai desinvestir na Aldeia Histórica a não ser por «razões fortíssimas de conflito»

O presidente da direcção do Inatel, Alarcão Troni, desmentiu na última segunda-feira o fim do parapente na Aldeia Histórica de Linhares da Beira, como tem vindo a público nos últimos meses.

«O Inatel não quer desactivar a sua actividade em Linhares, embora haja alternativas como Montalegre, Macedo de Cavaleiros ou Porto Santo», adiantou o responsável, ressalvando, no entanto, que mesmo que se proporcionem voos naquelas áreas, o parapente irá continuar a ser desenvolvido em Linhares. «O Inatel tem responsabilidades para com Linhares e não quer desinvestir ali», sustentou Alarcão Troni, para quem é necessário haver diálogo com a Câmara de Celorico da Beira e a Junta de Freguesia local para que «cada um cumpra rigorosamente as suas obrigações». Para já, o Inatel vai desenvolver esforços para que os instrutores da escola de parapente de Linhares da Beira continuem a trabalhar com a estrutura de realização de actividades e tempos livres e para acabar, ao mesmo tempo, «com a especulação» que o dono do restaurante está a fazer ao cobrar aos parapentistas três euros pelas aterragens no seu terreno. «É um meio anti-turístico», critica o presidente do Inatel. Alarcão Troni aponta ainda a necessidade de desenvolver turisticamente aquele local, com um posto de informação aos turistas, fazer obras de remodelação na “Casa do Parapentista” e talvez mudar este nome para “Casa do Alcaide” «em homenagem ao alcaide da aldeia».

«Eu próprio, que sou presidente do Inatel, estava convencido até há um ano atrás que só lá poderiam dormir parapentistas. É um nome que é enganoso para um turista que quer passar uma noite em Linhares», sublinha. «Resolvidas essas questões, o Inatel terá muito gosto em ficar em Linhares», garante Alarcão Troni, até porque está ligado «sentimentalmente» a esta aldeia por ter investido «muito» nas Aldeias Históricas e por causa da «imagem do Inatel» criada graças ao “Open” de Parapente. «É um evento mundial e está ao nível do campeonato europeu de Montalegre», pelo que «só por razões fortíssimas de conflito» é que o Inatel desinvestirá em Linhares, sublinha. «Fora de causa» está também a possibilidade do “Open” de Parapente passar para o Skiparque em Manteigas. “O Interior” já tinha adiantado em Janeiro último que Linhares da Beira estava em vias de perder a exclusividade da prática do parapente na região. A Aldeia Histórica é a referência mais antiga para todos os praticantes da modalidade em Portugal, mas dois novos locais de cortar a respiração sobre o vale do Zêzere, nos concelhos de Manteigas e Covilhã, poderão pôr fim ao monopólio da vila medieval e acolher ainda este ano uma competição nacional. Os locais da Azinha (Vale de Amoreira) e Sarzedo (Covilhã) exigem mais técnica e as suas características e condições atmosféricas permitem a prática de voo de montanha, «muito parecido com o praticado nos Alpes e que exige pilotos mais qualificados», referiu na altura Vítor Baía, seleccionador nacional e responsável pela escola de parapente de Linhares. «O Vale do Zêzere tem nestes locais todas as direcções de vento e excelentes correntes térmicas, o que quer dizer que há aqui muito potencial para se tornar a “Meca” do parapente em Portugal», adianta Vítor Baía, para quem a Azinha será um dos melhores locais do país para a competição.

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