Um espetáculo da cantora Simone de Oliveira, agendado para o Dia da Cidade, um cine-concerto por Pedro Burmester, o concerto “Deixem o pimba em paz”, de Bruno Nogueira e Manuela Azevedo, e a exposição “Provas de Contacto”, de José de Guimarães, são alguns dos destaques da programação do Teatro Municipal da Guarda para o último quadrimestre deste ano. Estes e outros nomes foram apresentados na passada sexta-feira numa conferência de imprensa em que o presidente do município da Guarda anunciou que no primeiro semestre do ano o TMG registou um aumento de afluência de espectadores e uma redução nos gastos.
Considerada por Victor Afonso, programador cultural do TMG, como «uma das figuras mais proeminentes da canção portuguesa de todos os tempos», Simone de Oliveira apresenta-se no grande auditório, a 27 de novembro, no âmbito das comemorações do 815º aniversário da cidade. O programa comemorativo integra ainda, nos dias 28 e 29, um espetáculo comunitário de música e teatro que terá lugar no pequeno auditório e que envolverá grupos e associações locais. Será orientado por Fernando Mota e Cláudia Andrade, «dois músicos de reconhecido valor que já trabalharam com a comunidade». A programação do TMG também integra o cine-concerto “Burmester. Pasolini. Bach.”, por Pedro Burmester, «um dos maiores pianistas portugueses da atualidade», no dia 13 deste mês, numa iniciativa feita em parceria com o Cinecôa e que presta homenagem ao cineasta Pier Paolo Pasolini. Ainda na música, merecem realce o espetáculo “aCuerdas”, uma «estreia absoluta» da espanhola Fátima Miranda e Marc Egea (25 de outubro), e o concerto “Deixem o pimba em paz”, do humorista Bruno Nogueira e de Manuela Azevedo, vocalista dos Clã, no dia 6 de dezembro. Serão também realizados dois ciclos: IX Síntese – Ciclo de Música Contemporânea da Guarda (11-18 de outubro) e Rock em Português (12-14 novembro). O dia mundial da música, comemorado a 1 de outubro, será assinalado com um espetáculo do guardense Rui Pedro Dias. No teatro, merece destaque a peça “Gata em telhado de zinco quente”, pelos Artistas Unidos a 8 de novembro. Trata-se de um clássico de Tennessee Williams que sobe ao palco do Grande Auditório, com encenação de Jorge Silva Melo e interpretação, entre outros, de Catarina Wallenstein e Rúben Gomes.
Nas artes plásticas, merece referência a exposição “Provas de Contacto”, da autoria de José de Guimarães (27 de setembro a 31 dezembro). Victor Afonso destacou ainda a realização do ciclo “Diferente é igual [Ciclo de Arte-Terapia]“, que aborda a questão da deficiência e que inclui 12 atividades de música, cinema, artes plásticas, oficinas de musicoterapia e teatro, entre outras. «É um dos ciclos estruturantes da programação deste quadrimestre», frisou o responsável, indicando que o evento é «não só vocacionado para o público portador de deficiência, como algumas atividades são interpretadas por esse próprio público».
O presidente da Câmara da Guarda considerou que a programação deste quadrimestre é « suficientemente densa e rica». Álvaro Amaro frisou que, desde que iniciou funções, que o executivo tem «sempre tentado aproximar o mais possível a relação custo/benefício» no TMG, anunciando que se registou «um aumento de cerca de 15 mil pessoas (mais cinco por cento) que vieram assistir à programação do teatro», o que é «significativo perante uma programação que nos levou a uma redução de custos de 20 por cento». O edil ironizou que não se trata de «nenhum milagre das rosas» mas frisou a capacidade que houve de «ter mais gente e menos custos, garantindo a qualidade», mostrando-se «satisfeito» com estes indicadores. O autarca indicou ainda que o «custo efetivo desta magnífica programação para os cofres do município» é de nove mil euros. Álvaro Amaro anunciou também que a autarquia vai passar a realizar anualmente uma ou duas conferências, denominadas “As conferências da Guarda”, por ocasião do aniversário da cidade. A primeira está marcada para 28 de novembro e ainda não tem temática, local nem convidados definidos.
Câmara vai propor soluções para empresas municipais até ao final do ano
Álvaro Amaro abordou ainda o futuro do TMG e da Culturguarda: «Estamos a estudar, a refletir e tudo vai estar decidido por nós até ao final do ano. Não sei é se vai estar tudo decidido pelas instituições a quem temos que apresentar a nossa decisão, neste caso ao Tribunal de Contas», salientou o presidente do município.
O autarca salientou que «tudo o que vier a ser decidido do futuro das duas empresas municipais tem que ver com uma opção política, estratégica que consideramos mais adequada, tendo em conta a boa prestação do serviço aos guardenses e também a boa gestão que tem que ser feita». Quanto ao futuro dos funcionários, o presidente da Câmara da Guarda frisa que não foi eleito para «despedir ninguém», relembrando que herdou «um processo que chumbou no Tribunal de Contas que despedia 30 pessoas». O autarca frisou que foi eleito «para gerir o melhor possível à luz» da «melhor prestação de serviços possível dentro da melhor gestão possível» e se para alcançar esses objetivos «couberem todos os trabalhadores das empresas municipais, pois bem, que fiquem todos porque eu não tenho interesse nenhum [em despedir]». De resto, o edil assegurou que «nunca despediremos ninguém, o que pode acontecer se tiver que acontecer é que há pessoas que caducam a sua prestação de serviço», reforçou.
Ricardo Cordeiro 
