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Centro de Artes da Covilhã com reduções no projecto para ser mais «realista»

Cinemas foram eliminados, o palco e a lotação do auditório diminuídos para poupar três milhões de euros

A redução de alguns aspectos «exagerados» do Centro de Artes da Covilhã pode tornar possível a realização daquela infraestrutura ambicionada há anos pelo autarca da Covilhã, que visitou ontem os centros de arte de Bragança e Vila Real para comparar o futuro espaço cultural com as duas obras projectadas pelo mesmo arquitecto, o portuense Filipe Oliveira Dias.

Assim, o projecto final da estrutura, que já seguiu na última sexta-feira para o gabinete do ministro da Cultura, implica a redução do palco de 650 metros para pouco mais de 300 metros, a diminuição da capacidade da sala de espectáculos para 500 ou 600 pessoas em vez das 800 previstas e a substituição de equipamentos da «última geração electrónica japonesa» por «outras vertentes por metade do preço», explica Carlos Pinto. Os dois cinemas previstos no projecto inicial, com lotação para 120 e 80 lugares, também foram eliminados nesta revisão. Os três cinemas projectados pelo grupo Sonae no empreendimento comercial que pretende desenvolver na estrutura que já possui na Covilhã – perto da localização do futuro Centro de Artes – «não asseguravam público suficiente, para além de complicar problemas com a distribuição de filmes», adianta o autarca. «Queremos uma boa sala de espectáculos, mas que seja realista. Coisa que no projecto inicial estava um pouco excessiva», acrescenta, para além de que o projecto fica «mais barato» em três milhões de euros.

Com um custo actual de 8,5 milhões de euros, Carlos Pinto espera apenas que o ministro Pedro Roseta «resolva» a afectação de verbas do Programa Operacional de Cultura e da Direcção Regional de Cultura do Centro para que a obra possa ser construída. «É dessa montagem financeira que estão dependentes as obras», sublinha, acreditando que para os 25 ou 30 por cento da comparticipação autárquica o problema está «resolvido» graças à possibilidade dos municípios contraírem empréstimos bancários para completar os financiamentos das obras com fundos comunitários. A obra projectada por Filipe Oliveira Dias prevê um auditório e palco versáteis com grande economia energética e optimização acústica e preparado para colher espectáculos de teatro, ópera, dança, música electrónica, orquestras sinfónicas, espectáculos de circo, multimédia e congressos, entre outros eventos. Também possui uma sala de exposições de artes plásticas, um restaurante com 80 lugares, salas e equipamentos de apoio. Para o exterior, prevê-se um auditório ao ar livre para que seja a nova sala de visitas da cidade.

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