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Escola de Almeida brilhou no jogo do Hemiciclo

Samuel Pereira foi eleito o melhor deputado distrital, enquanto a EB 2,3 Dr. José Casimiro Matias sagrou-se a escola vencedora

A EB 2,3 com Secundária Dr. José Casimiro Matias, de Almeida, arrasou a concorrência na sessão distrital do Hemiciclo – Jogo da Cidadania, que decorreu nas instalações do Instituto Português da Juventude (IPJ) da Guarda, na última semana. Para além de ter sido considerada a escola vencedora entre as cinco participantes, o estabelecimento almeidense viu ainda o aluno Samuel Pereira ser eleito o melhor deputado distrital entre os 30 jovens que debateram ideias sobre “O alargamento da União Europeia”. Entretanto, estava agendada para ontem, quarta-feira, a realização da final nacional do Hemiciclo, a realizar na sala do Senado da Assembleia da República, em Lisboa, com os representantes de todos os distritos e regiões autónomas.

Samuel Pereira, de 17 anos, assegura não ter «grandes ambições» políticas: «Gosto de defender as minhas ideias. Talvez isso se reflicta um pouco em ideias políticas, mas não posso dizer que é uma carreira que queira seguir», sublinha. Contudo, o jovem eleito melhor deputado distrital, depois de uma luta renhida com Filipa Herdeiro, da Escola Profissional da Serra da Estrela, reconhece que o Jogo da Cidadania, que já vai na sua sexta edição, é uma actividade que pode «levar pessoas que tenham uma vocação adormecida a serem políticos» ao verem essa apetência «ser despertada», considera. A iniciativa da Secretaria de Estado da Juventude e Desportos é encarada como «bastante enriquecedora», tanto a nível de «conhecimento» como de «perspectivas de futuro», diz Samuel Pereira. Para o aluno da EB 2,3 Dr. José Casimiro Matias, é importante «defender que Portugal pode aproveitar as vantagens que, porventura, venham a surgir da adesão de novos 10 países», embora também haja necessidade de abordar as eventuais «desvantagens» que daí possam surgir. Um dos principais inconvenientes que o alargamento da União Europeia pode originar para Portugal é o facto da mão-de-obra ser «muito mais barata» nos novos membros, o que vai levar a que «toda a economia industrial seja afectada», destaca.

Transformar «riscos em benefícios»

Como forma de contrariar esta tendência, «vamos tentar investir um pouco mais naquilo em que somos bons», caso da saúde e do sector terciário, mas também da pesca e agricultura, que «sempre foram o nosso forte» mas que ficaram «um pouco esquecidas» a partir do momento em que «fomos levados por empresas não tanto ligadas àquilo que é a natureza do país», frisa. O jovem acredita que a final do Hemiciclo não «será muito diferente» da sessão realizada na Guarda, acreditando conseguir ser «o mais convincente possível», não deixando de agradecer o «apoio» dado por alguns professores naquela que foi a sua segunda participação no evento. Também António Saraiva, presidente da Comissão Instaladora do Agrupamento de Escolas de Almeida, ficou «satisfeito» com a segunda participação da escola numa iniciativa «importante para estimular os alunos», em virtude dos jovens poderem aceder a conhecimentos que de outra forma não teriam «muito provavelmente», explica. Esta segunda experiência acabou por ser «mais satisfatória» que a anterior, até porque o concurso decorreu de forma «mais “amistosa” e com mais empenhamento» por parte de todos os participantes, numa sessão em que Samuel Pereira «confirmou ser um dos melhores elementos na assembleia», à semelhança do que já tinha feito no ano transacto, garante.

A EB 2,3 com Secundária Dr. José Casimiro Matias ficou à frente da Escola Profissional da Serra da Estrela (Seia), Escola Secundária com 3º ciclo Gonçalo Anes Bandarra (Trancoso), Escola Profissional de Trancoso e do Instituto de Gouveia, respectivamente. Depois de cada estabelecimento ter apresentado uma medida para levar a Lisboa, os três melhor classificados entraram em conciliação, vencendo a proposta apresentada pela Escola Profissional de Trancoso e do Instituto de Gouveia. “Apesar do alargamento da União Europeia trazer riscos para Portugal, há que transformar esses mesmos riscos em benefícios, ainda que a longo prazo”, foi então a medida vencedora.

Ricardo Cordeiro

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