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«Se nos vamos preocupar na cidade mais calma do país, o que dirão os outros?»

Comandante da PSP da Guarda não se mostra muito preocupado com a eventual colaboração de 28 agentes em vários jogos do Euro 2004

«Se na cidade mais calma do país nos vamos preocupar com essa situação, o que dirão os outros?». É desta forma que Gonçalves Sampaio, comandante da Polícia de Segurança Pública da Guarda, encara a eventual colaboração de um grupo de 28 agentes da esquadra da cidade mais alta em vários jogos do Campeonato da Europa de Futebol, a realizar em Portugal durante o próximo mês de Junho. Apesar de reconhecer que alguma falta farão, o responsável máximo pela PSP da Guarda frisa que ainda não recebeu qualquer comunicação oficial por parte da direcção nacional daquela força policial, pelo que os moldes em que o auxílio será prestado ainda não são conhecidos.

Por agora, Gonçalves Sampaio diz que existe apenas a «eventualidade» de 28 agentes serem deslocados no decorrer do Euro-2004 para algumas cidades mais próximas, como são os casos de Aveiro ou Coimbra. Contudo, o comandante da PSP da Guarda garante que «ainda nada» lhe foi transmitido pela Direcção Nacional, daí não conhecer «a forma, os dias ou os locais para onde poderão ir», adianta. Apesar de afirmar que esses agentes «farão sempre falta», embora seja «relativa», não é caso para haver dramatismos: «Vamos ter de nos contentar com os agentes que cá ficarem», realça, até porque esta é uma situação que se vai registar um pouco em todas as esquadras espalhadas pelo país. Desta forma, a possibilidade da Guarda poder receber agentes vindos da esquadra de Gouveia não se deverá verificar, porque também a “cidade-jardim” irá, em princípio, fornecer alguns homens para jogos do Euro. De resto, Gonçalves Sampaio considera ser «praticamente impossível mobilizar» todos os 28 agentes ao mesmo tempo para Aveiro ou Coimbra, pelo que esse grupo «deverá ser seccionado em três», não se deslocando assim todos os agentes ao mesmo tempo.

O que importa é haver um «grau de prontidão» capaz de responder, caso haja necessidade, pelo que os 28 agentes já receberam alguma formação, que será «mais uma adequação» às novas situações com que poderão ser confrontados durante uma altura em que o país será “inundado” por muitos adeptos vindos um pouco de toda a Europa. Já António Amoroso, dirigente nacional da Associação Sócio-Profissional da Polícia (ASPP/PSP) preferiu não proferir qualquer comentário sobre o assunto, por ainda não conhecer o modo concreto em que a colaboração dos agentes da PSP da Guarda será prestada. Entretanto, Nuno Magalhães, secretário de Estado da Administração Interna, já fez saber que o número de agentes policiais destacados para cada jogo do Euro – 2004 vai variar entre 600 e 1.000 no interior dos recintos, enquanto no exterior estarão presentes cerca de 3.000. Determinada ficou também a colocação das claques em áreas opostas dos estádios e a não comercialização de cinco por cento dos bilhetes, de forma a assegurar a existência de duas filas de cadeiras vagas entre os adeptos e o público em geral. Segundo as linhas orientadoras do Governo, a actuação das forças de segurança, em caso de desordem pública, deverá ser rápida, cinco minutos no interior dos estádios e de 30 fora dos recintos, através de meios com risco mínimo de serem letais.

Ricardo Cordeiro

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