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A condição humana?

Bilhete Postal

A única razão porque a maioria das instituições não funciona bem é devido às pessoas. Elas usam indevidamente os equipamentos que lhes são colocados ao dispor, elas abusam dos seus direitos como funcionários e outras abusam dos seus direitos de utilização. O ser humano é o principal complexo da vida, é o destruidor, o construtor e também o abusador. Abusam com egoísmo, preguiçam nas funções, desejam desmedidamente. Desta forma maltratam o espaço público. Desta forma o Estado construtor vê-se carregado de gastos de manutenção e reconstrução. As piscinas públicas como enormes bidés, as estradas como correrias de travessuras, os jardins pejados de lixo, os detritos por todo o lado, os fogos postos, as casas particulares onde devia ser praia, o desprezo do esforço coletivo, a exigência desmedida por falta mínima de tolerância, a “importância amigo Adão”, o “fura filas”, o barulhento no dormitório, o cuspidor de passeios. Há inúmeras figuras que nos aborrecem, nos causam desconforto e gastos. Vidros duplos para os não ouvir, portas grossas para não roubarem… Claro que esta gente não é pessoa. Esta malta carrega nela os pecados mortais. O problema é que a maioria do poder está pejado desta corja, os que se protegem, os que se ajudam e os que se multiplicam. Por isso temos PPP, por isso há GES e BPN e BPP e swaps, e tantos disparates da falta de regulação e de auto comedimento. A condição humana pode ser melhorada? Podemos educar as pessoas? Sem punição podemos levar o biltre à cidadania? O violador e o perverso podem ser prevenidos? Há como impedir os abusos e os desmandos desta gente que nunca foi pessoa? Pior para mim é aquela “pessoa” que percebemos tarde que é só gente. Por tudo isto muitos dececionados colocam em causa conquistas da cidadania como os direitos à diferença, o fim da pena de morte, a limitação de mandatos, a força dos concursos versus as nomeações, a importância das instituições Estado não eleitas, a força dos mecanismos reguladores, a transparência das polícias. Eu acredito na vigilância, na educação, na avaliação, na punição monetária e na destituição de lugares como mecanismos de melhoria do espaço público e da cidadania.

Por: Diogo Cabrita

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