A instalação de uma renovação que não tem sido em nada transformadora deve-se sobretudo à incapacidade demonstrada pela escolha social-democrata para Ministro da Saúde do Centro. Fernando Andrade não sabe como gerir tantos consensos que lhe são pedidos. Governa “terras de cunhas” sob a bandeira dos favores. Fernando Andrade tem pedidos do PP e pedidos do PSD para interligar e gerir. Sentam-se nos Conselhos de Administração dos SA azeite, água e cortiça. Nada se mistura, nada se organiza. A transformação destes lugares em bons empregos – salários elevados com responsabilidade repartida levou a uma situação calamitosa. Perpetuam-se os maus do sistema nos seus lugares, mantêm-se os directores absurdos de serviços não funcionantes e nenhuma reforma dá passos significativos. Já lá vão dois anos de governo e a culpa já não pode ser do PS. Fernando Andrade não tem plano estratégico para as urgências. Não sabe que fazer da protecção civil, não sabe como solucionar os conflitos de Viseu, Figueira da Foz, Aveiro e tantos outros. Permite a gestão ruinosa e a delapidação dos bens públicos. Não reúne os gestores por si escolhidos num trabalho concertado. Portugal é um país ridículo em tamanho e tem de estudar redes de encaminhamento, pólos de excelência, serviços modelo e transformar as leis do trabalho. Melhorar os salários e acabar com os complementos e os truques para criar salários dignos. O escândalo das múltiplas urgências e da saúde primária que não funciona. O escândalo dos utilizadores abusivos. A ausência de estudos de produtividade para justificar serviços. A congregação de unidades funcionais por vez de serviços dispersos e improdutivos. Tudo está por fazer e tudo vai ficar por fazer com Fernando Andrade que não parece perceber nada da revolução em que se viu metido. Assim Fernando Andrade é uma maré negra nesta aposta de mudança que tanto se falava.
Por: Diogo Cabrita