Nos dois últimos fins-de-semana, a ANIL, na Covilhã, realizou uma Feira de Saldos e de Leilão de Usados, que recebeu para cima de 30.000 visitantes! Associado ao Carnaval, à neve e a outros eventos simultâneos, esta feira foi co-responsável por uma avalanche de pessoas que entupiu as artérias da cidade, provocando filas de trânsito dignas de uma metrópole em hora de ponta…
Embora com este reverso negativo de grande confusão, a Covilhã permite-nos a defesa de várias ideias, a começar pela comprovação de como o “ostracizado” interior pode revelar-se dinâmico, neste caso por iniciativa de uma associação empresarial, que comprova, ela própria, ser activa, viável e útil. Por outro lado confirma-se a proximidade da Guarda e Covilhã. A Feira de Saldos contou com a participação de muitas empresas da Guarda, mas muitos mais visitantes, consumidores ou mesmo curiosos guardenses em passeio de fim-de-semana, que atestam a existência de um verdadeiro mercado regional. E o futuro não perdoará aos políticos que não souberem constatar esta proximidade regional, não sendo capazes de erigir a Comunidade Urbana! (A propósito, como pode entender-se um planeamento regional que abranja simultaneamente os Concelhos da Guarda e Concelhos da zona do Pinhal da Beira Baixa, como a Sertã ou Vila de Rei?)
Por cá, sublinho a caminhada empreendedora da Guard’ Ar, de parabéns pela realização do Congresso do Bio-Climatismo, mas especialmente pela certificação da qualidade do nosso ar. Foi uma etapa vencida, por quem foi capaz de entrever uma oportunidade para além do nosso “potencial endógeno”, caminhando com segurança na direcção de objectivos concretos. Claro que só a partir de agora, em função dos projectos empresariais que surjam, poderá ser questionado se valeu a pena ser audaz e inovador. Mas é também uma boa oportunidade para nos certificarmos se os agentes públicos de desenvolvimento agarram esta ideia e apoiam os promotores, ou se uma vez mais o bio-climatismo não passa de um mote oportunista para discursos públicos balofos em cerimónias cinzentas organizadas a pensar na Comunicação Social.
E já agora permita-se-me a blasfémia ao politicamente correcto de não falar na localização do novo hospital: Qual será o espaço da Guarda adequado a instalar projectos na área do bio-climatismo, com dignidade e qualidade para acolher por exemplo uma clínica de tratamento de alergias? Ver-se-á que afinal o Parque da Saúde poderá ser mais útil do que alguns pensam! Assim haja visão e sentido de futuro…
Por: Rui Quinaz