O Presidente da República inaugurou segunda-feira a exposição de António Piné no Museu da Guarda, numa iniciativa que contou com a presença do colecionador, natural de Pinhel. Esta é uma das mostras de artes plásticas promovidas pelo Museu da Presidência da República, em parceria com a Direção Regional de Cultura do Centro e a Associação Nacional de Farmácias (ANF), à qual pertence a coleção do antigo farmacêutico da Guarda-Gare.
“Incursões – Arte Portuguesa Contemporânea”, da coleção António Piné, e “Pontos de Vista – Coleção Revisitada do Museu da Guarda” estão patentes no Museu da Guarda e no Paço da Cultura, respetivamente, tendo sido inauguradas no âmbito do Dia de Portugal. A primeira mostra resulta da parceria com a ANF, detentora da coleção, sendo que para a exposição foram selecionados alguns trabalhos ilustrativos das correntes estéticas que caraterizaram a arte portuguesa a partir da segunda metade do século XX. Entre os artistas representados nesta exposição estão Paula Rego, Vieira da Silva, Júlio Pomar, Manuel Cargaleiro, Cruzeiro Seixas, Julião Sarmento e Rui Chafes. A mostra organiza-se em torno de seis núcleos, nomeadamente abstracionismo lírico, surrealismo, neofigurativismo, experimentalismo, concetualismo/pós-concetualismo e desmaterialização/não objetualização.
Como pano de fundo tem o gosto de António Piné, farmacêutico de profissão, pela arte, reunindo ao longo dos anos uma significativa coleção de pintura e escultura, que integra obras nacionais e internacionais produzidas entre 1940 e 1990. Trata-se do regresso à Guarda de um conjunto de obras que o proprietário decidiu doar à ANF depois do desinteresse das autoridades locais de então em tomar conta deste importante espólio de pintura contemporânea.
Por outro lado, a mostra no Paço da Cultura resulta de uma seleção representativa da coleção de pintura do Museu da Guarda, com cerca de 70 pinturas de autores portugueses dos séculos XVI, XIX e XX. Esta divide-se em três núcleos – retrato, paisagem e pintura religiosa –, contando com obras de autores nacionais como Columbano Bordalo Pinheiro, Carlos Reis, António Carneiro, Eduarda Lapa e Falcão Trigoso, entre outros.
Atualmente o Museu da Guarda tem cerca de 4800 peças de pintura, desenho e aguarela, com a coleção a ter sido formada a partir da iniciativa de um grupo de mecenas, pintores e colecionadores e prosseguido com aquisições, doações e empréstimos de colecionadores particulares.