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O lado “D” da música

DSide é o projeto “one man band” do guardense Diogo Martins e a pedaleira de efeitos o seu “instrumento”

É a banda de um homem só. DSide é o projeto musical de Diogo Martins, 23 anos, a várias vozes e ritmos, desde a bateria à guitarra, passando pelo piano e baixo. O “truque” é possível através de uma pedaleira de efeitos.

«Vi vídeos e fiquei fascinado», recorda o jovem, que, quando teve a primeira pedaleira, começou a «tocar muito e a fazer vídeos caseiros para o Youtube». Mais tarde surgiu o projeto DSide, «o meu lado das músicas», que teve estreia no bar Aqui Jazz, na Guarda. «Do equipamento que tinha na altura já não tenho nada», refere o músico, que aprendeu a tocar guitarra com 9 anos. Hoje é professor de música e finalista do mestrado de Educação Musical, em Coimbra, mas é formado em hotelaria. «Tirei o curso em Manteigas, pensei que podia juntar as duas coisas, mas era impossível», admite Diogo Martins, que diz ter vivido «o dilema de gostar do que fazia, mas de não ser bem o que queria». Quando acabou o ensino profissional conseguiu entrar, «quase por milagre», num curso de música em Bragança, pois não havia pré-requisitos.

O músico não atua tanto quanto gostaria porque o mestrado lhe tira «muito tempo», mas já tocou em vários bares da Guarda, do distrito e não só. Ainda não pensa em lançar um CD e quer «aproveitar o momento»: «Quero ganhar algum dinheiro, pois, ao que sei, é um projeto único na zona da maneira como faço», sublinha Diogo Martins, queixando-se do custo do material. «Têm-me ajudado, nomeadamente a Egitana Musical, pois o material é muito caro», afirma. «Em termos de criação em “loop”, primeiro quero ambientar-me às covers», adianta o jovem, que também faz covers acústicas.

A sua «“jóia da coroa”» é “Don’t worry be happy”, de Bobby McFerrin, com que venceu um espetáculo de talentos local em 2013: «O arranjo é só vozes, gravo uma melodia na pedaleira e depois adiciono outras», explica o guardense, que também integra os “Groove Monkey”, uma banda de funk recém-criada.

E destaca o bom ambiente entre músicos, na Guarda. «Ajudamo-nos uns aos outros e reparei que noutros sítios isso não acontece», declara, reconhecendo que gosta de «andar de bar em bar»: «É algo instável, mas gostava de fazer da música a minha vida», confessa Diogo Martins, que admite ainda ter «muito para aprender».

Sara Quelhas O jovem diz ainda ter «muito para aprender»

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